Não há nenhuma palavra em Apocalipse que seja originaL Elas vêm de outros livros da Bíblia e são entrelaçadas para formar um quadro. O fluxo da história é muito complexo, mas Deus nos deu uma chave para compreendermos este livros.
Quatro professores adventistas contribuíram muito para a compreensão do Apocalipse: Strand, Paulien, C. M. Maxwell, e, Davidson. Strand foi o primeiro dos estudiosos evangélicos a encontrar a chave para abrir o Apocalipse — O SANTUÁRIO. Ele foi o primeiro a ver as 7 cenas do santuário no Apocalipse.. Os outros as elaboraram.
As cenas introdutórias focalizam o trabalho no santuário.
PRIMEIRA LINHA PROFETICA -7 IGREJAS
Há uma cena introdutória (Apoc. 1:1—8): João, prisioneiro religioso (96 AD). Teve uma VISÃO - Jesus falava com ele.
ONDE ESTAVA CRISTO? (Apoc. 1:9—20)
vv. 12-13 - no meio dos 7 candeeiros, com vestes sacerdotais. No santuário terrestre o candelabro se encontrava no Lugar Santo. A palavra usada no VI para referir-se ao ministério relacionado com o candelabro é TAMID.
Portanto, Jesus está ministrando à Sua Igreja, concedendo-lhe luz, e isto é que está sendo representado pelo quadro de Seu andar no meio dos candeeiros.
Nesta seção, João usa imagens do santuário para mostrar a presença viva de Cristo na igreja (Terra):
· Candelabro lembra a tenda do deserto, mas aqui é usado como referência à igreja.
· Paulo e Pedro chama a igreja de NAOS—templo, (1 Cor. 3:16, 17; II Cor. 6:16; Ef. 2:21, 22,1 Pedro 2:4, 5). Eles referem-se à igreja como sendo templo)
· Referência à morte e ressurreição de Jesus, especialmente no verso 18.
SEGUNDA LINHA PROFETICA -7 SELOS -Apoc. 4 e 5
João é chamado pela primeira vez para subir ao santuário celestial.
V. 4:1- PORTA - THURA, mesma palavra usada no Septuaginta para referir-se à porta do santuário israelita.
Cena ao redor do trono no céu - o Pai assentado no trono, os seres viventes ao lado.
— Três pedras são mencionadas: jaspe, sardônica e esmeralda (4:3). Estas pedras faziam parte do conjunto que estava afixado no peitoral do sacerdote (Êxodo 39:10—14).
Quatro ordens de pedras:
1. Sardônica, topázio e carbúnculo
2. Esmeralda, safira e diamante
3. Jacinto, ágata e ametista
4. Berilo, ônix e jaspe.
Estas três pedras fazem referência ao filhos de Israel, do mais novo (jaspe) ao mais velho (sardônica), com ênfase em Judá (esmeralda) — (conf. Gên 49).
Apoc. 4:4—24 ANCIÃOS: referência aos 24 turnos dos sacerdotes.
Apoc. 4:6 MAR DE VIDRO: THALASSA — mesma expressão usada na Septuaginta para Mar de Bronze no Antigo Testamento (a pia do santuário no templo). (II Reis 25:23, 1Crôn. 18:8, Jer. 52:17)
Apoc. 4:6—9: 4 SERES VIVENTES — lembra as quatro bandeiras nas extremidades do acampamento de Israel.
Cap. 5- visão do livro selado e do Cordeiro.
Há uma teologia nos dois capítulos, em particular nos cânticos entoados.
4:11 - “Tu és digno, Senhor e Deus... PORQUE TODAS AS COUSAS TU CRIASTE...”
5:9-10 - “Digno és... PORQUE FOSTE MORTO E COMPRASTE COM TEU SANGUE.
Deus, o Pai, é o CRIADOR; O trabalho de ambos se
Deus, o Filho; é o REDENTOR. encontra nesta cena.
SANGUE — é apresentado como a solução para o problema do pecado. Cap. 5- sete selos - precisam ser quebrados para se abrir o rolo.
Porque o rolo é tão importante?
· Deut. 17:14—20; O Rolo era muito importante para o Rei. O Rei deveria ter sempre em suas mãos um rolo, cópia da lei.
· II Reis 11:12: A palavra hebraica aqui não é testemunho, mas LEI.
O QUE É O ROLO? Três teorias:
a. Livro da vida do Cordeiro (registro dos santos de todas as eras que herdarão o reino);
b. Profecias do resto do livro (esta interpretação não se encaixa);
c. E um testamento, o mundo como propriedade de Cristo em razão de Seu sacrifício.
Comentário de Ellen White acerca do significado do rolo:
1. Em Parábolas de Jesus diz que os líderes da nação judaica veriam a natureza terrível da decisão deles em relação a Cristo, quando o rolo for aberto;
2. Em outro documento ela afirma que ser refere ao livro contendo a história das nações, em todas as épocas.
Os elementos apresentados nesta seção mostram que o que estava acontecendo envolvia todo o santuário, santo e santíssimo. (trono — santíssimo; luz — santo). Há duas ocasiões em que todo o santuário era usado: inauguração e expiação.
TERCEIRA LINHA PROFETICA -7 TROMBETAS - 8:2-5
Visão do altar - 7 anjos - 7 trombetas - Natureza das trombetas: JULGAMENTO. Duas funções no altar:
a. Em direção a Deus: INTERCESSÃO;
b. Em direção à Terra: JULGAMENTO.
Fogo atirado à Terra: julgamentos - -1a, 2a 3a trombetas. O incenso/intercessão continua. Três diferenças principais:
1. Uma pessoa joga o incensário - o anjo atira brasas;
2. Diferença de localidade: o anjo joga brasa para a Terra; Cristo joga o incensário no chão do santuário.
3. Resultados:
a. em um caso temos o fogo/julgamento que se segue;
b. em outro temos o fechamento da porta da graça.
QUARTA LINHA PROFÉTICA - PROFECIASCEI~4TRA1IS- Caps. 12-14
Esta cena é introduzida em 11:19- “Abriu-se o SANTUÁRIO DE DEUS... no CÉU, e foi vista a ARCA DA ALIANÇA NO SANTUÁRIO...”
“ABRIU-SE O SANTUÁRIO” - quando esta parte é aberta vê-se a ARCA que ficava no santíssimo. Em termos terrestres era aberto no dia da expiação, que era um dia de julgamento no antigo Israel. Aqui temos um evento similar ocorrendo rio santuário celestial, portanto vemos aqui um dia celeste de expiação, um início de julgamento. Observe-se que uma parte do céu se abre para ver isto e vê-se o início deste trabalho.
Há aqui uma referência clara ao Santo dos Santos. Estas profecias centrais do livro têm que ver com a guerra entre o dragão, a besta e a mulher.
Transição do livro:
Profecias históricas
{Cartas- Igreja através das eras;}
{Selos- através das eras;}
{Trombetas- através das eras}
Cap. 12- Profecias históricas:
· igreja primitiva
· perseguição na Idade Média
· cena central: guerra - Miguel X serpente
· perseguição na Idade Média
· termina com o remanescente.
Cap. 13 - transição:
a. vv. 1-10 besta que surge do mar- profecia
b. vv. 11-18 besta que surge da terra luta
Cap. 14- as três mensagens angélicas aparecem no fim e vemos a volta de Cristo. Portanto, nesta seção (capítulos 12 a 14) temos a transição entre os dois tipos de profecia:
1º parte: profecias históricas - 12-13:10;
2º parte: escatologia - 13:11-14:20 (e até o final do livro).
QUINTA LINHA PROFÉTICA - Caps. 15 a 18
Cena introdutória estabelecida no templo celestial:
15:5-8-7 anjos com~as 7 taças.
Cap. 16- pragas
Caps. 17 e 18- após as pragas.
A fumaça que toma conta do santuário indica que ninguém pode entrar no templo até que as pragas ocorram. Quando a glória preencheu o santuário no Antigo Testamento, Iniciou-se o ministério. Quando a fumaça o enche no Apocalipse, termina-se o serviço. Deus esconde o santuário com a Sua glória—fim do tempo da graça. (paralelismo com Ezeq. 10:4).
15:5 - “TABERNÁCULO DO TESTEMUNHO” - rio antigo santuário a testemunha do tabernáculo era os DEZ MANDAMENTOS, que estavam na arca, no santíssimo, portanto, temos aqui uma referência ao término do julgamento; o dia antitípico da expiação, e nos referimos a isto como o fechamento da porta da graça: o julgamento está terminado, ninguém mais pode ser salvo.
11:19 - ABERTURA DO JULGAMENTO
15:5-8 - ENCERRAMENTO DO JULGAMENTO
SEXTA LINHA PROFÉTICA - 19:1-10
Esta cena do santuário é um retomo aos capítulos 4 e 5, pois se trata da mesma cena. Mas as canções cantadas aqui são diferentes dos capítulos 4 e 5, pois dizem respeito ao fim do plano da salvação, em particular sobre o casamento do Cordeiro, é uma celebração do casamento, o tempo do casamento chegou, Cristo Se unirá a Sua igreja. Portanto, a cena do santuário é uma cena de celebração à medida que o plano da salvação se encerra.
Segue-se um quadro da segunda vinda da Cristo1 quando Ele sai do santuário, Seguem-se cenas proféticas após a segunda vinda, através do milênio, até a Nova Terra
LINHA DIVISÓRIA:
. Apoc. 21:1-8 - pertence à série de profecias precedentes, assim, a cena da Nova Jerusalém começa no capítulo 21, verso 9. Por quê? Ao se comparar os versos 1 e 10 vemos a Nova Jerusalém vindo para a Terra. Se pensarmos que isto está em ordem cronológica, concluiremos que a Nova Jerusalém vem à Terra duas vezes. E isto não acontece.
21:1-A Nova Jerusalém vem à Terra como final desta série de profecias.
21:9-Começa um quadro da Nova Terra e Nova Jerusalém - uma profecia independente no livro, que é a de número VII
SETIMA LINHA PROFÉTICA - Apoc. 21:9ss - A NOVA JERUSALEM
v. 22- na cidade não há templo - POR QUE? O plano da salvação está terminado.
Analisando as profecias precedentes, vemos que cada uma das seis começa com uma cena do santuário. Isto nos leva à introdução do curso - a doutrina do santuário mostra uma atividade contemporânea de Deus no céu, assim como mostra o santuário como o centro da salvação, o céu em atividade para salvar o homem, onde o Pai, Cristo e os anjos estão trabalhando em função da salvação do homem, e a execução do piano da salvação.
Cada uma das cenas do santuário em Apocalipse mostra onde a atividade do plano da salvação está centralizada; por isto as profecias se iniciam com cenas do santuário.
Ao chegarmos à última profecia, o plano da salvação já terminado, todos os cidadãos do reino reunidos, não há mais necessidade de um plano de salvação.
DESCRIÇÃO DA CIDADE: dimensões em todas as direções, diferentes pedras na fundação. De onde vem esta linguagem?
CHAVE: Apoc. 21:3- Tabernáculo de Deus estará com os homens”.
Construção do santuário: Deus deu as medidas do santuário (assim como dá as medidas da Nova Jerusalém); pedras com o nome das tribos no peito dos sacerdotes levadas à presença do Senhor (agora encontramos os nomes escritos nas portas [tribos] e nas pedras da fundação [apóstolos]).
O que o santuário tinha em uma menor escala, a Nova Jerusalém tem numa escala muito mais ampla, portanto, há uma comparação geral entre a Nova Jerusalém e o santuário do
· Formato de cubo do santíssimo.
· Pedras do alicerce lembram pedras do peitoral.
· Portões em 4 direções lembram os quatro pontos cardeais do santuário.
· Repleta referência à festa do tabernáculo.
· SKENOO — acampar, construir sua tenda ao lado da nossa (Apoc. 21:3 usa a mesma expressão de João 1:14).
· No santuário havia a cerimônia da água— na Nova Jerusalém há a água da vida e o apêlo final está relacionado com água.
· No santuário havia a cerimônia da luz — na Nova Jerusalém Cristo mesmo será a luz.
Assim, toda a cidade é um lugar santo, pois que é o lugar da habitação da Deus (Êxo. 25:8-9 - “E Me farão um santuário.., e habitarei no meio deles”.) Trocando uma palavra no verso teríamos: “E EU construirei uma cidade para habitar no meio- deles.”
Portanto, ao chegar à SÉTIMA LINHA PROFÉTICA, temos um senso da visão da santuário mas envolvendo toda a cidade em si mesma.
Zac. 14:16 - o propósito da velha Jerusalém será cumprido.
v. 20 - “Naquele dia será gravado nas campainhas dos cavalos: Santo ao Senhor; e as panelas na casa do Senhor serão como as bacias diante do altar.”
Tudo na cidade será santo, porque a santidade do Senhor permeará todas as coisas.
A última profecia, portanto, é que a cidade toda é um santuário; não se trata de uma cena introdutória para a profecia, mas é a profecia em si: a cidade é o santuário de Deus.
O Apocalipse é um livro de 7:
7 igrejas
7 selos
7 trombetas
7 pragas
7 linhas proféticas, dadas no dia.
RESUMINDO
Encontramos em Apocalipse, 7 seções, precedidas por um prólogo e encerradas por um epílogo, como segue:
Prólogo:1:1-8
1. 1:9-20 (Terra): 7 igrejas
2. 4:1-5:14: 7 selos
3. 8:2-6: 7 trombetas
4. 11:19: 7 cenas cósmicas: “Eu vi” - “KAI EDON”
5. 15:2-8: 7pragas
6. 19:1—10: 7 cenas cósmicas: “Eu vi”
7. 21:1-8: Nova Jerusalém
Epílogo: 22:6-21
Cada uma das seções é introduzida com uma visão do santuário.
12 de dezembro de 2008
O santuário e o livro do Apocalipse
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