Há 12 questões básicas que têm sido levantadas por aqueles que têm questionado a doutrina do santuário. Elas podem ser divididas em três grupos: cinco se referem ao santuário celestial, três, ao santuário terrestre, e, quatro, têm a ver com interpretação profética. São as seguintes:
A. QUANTO AO SANTUÁRIO CELESTIAL:
1. Não há um santuário celestial.
2. Existe um santuário no Céu, mas não pode ser dividido em duas partes.
3. No Céu não há necessidade de limpeza ou purificação do santuário.
4. Jesus Cristo entrou no lugar santíssimo no ano 31 A.. D. para iniciar o dia da expiação. (O primeiro que popularizou esta idéia foi Ballenger (ver breve histórico sobre a vida de tal homem). O texto usado para sustentar tal idéia é Hebreus 6:19 — 20. Implicação: se isto é verdade, nada resta e nenhum significado existe em 1844. Brinsmead e Ford usam Hebreus 9 para reafirmar este ponto).
5. Não existe juízo investigativo. Fomos julgados na cruz, não o seremos no final dos tempos.
B. QUANTO AO SANTUÁRIO TERRESTRE:
6. Quando alguém cometia algum pecado automaticamente já tomava o santuário impuro (CONTAMINAÇÃO AUTOMÁTICA).
7. Quando o pecador recebia o perdão, automaticamente o santuário era purificado (sangue do animal — diariamente). O sangue entrava para purificar, não para contaminar. Sintetizando: o pecado contaminar o sangue purifica.
8. O bode AZAZEL representava Jesus Cristo.
C. QUANTO À INTERPRETAÇÃO PROFÉTICA:
9. Método de interpretação profética não historicista, mas preterista ou futurista.
10. Validade do principio dia = ano.
11. A Ponta Pequena de Daniel 8:14 é Antioco Epifânio. (A doutrina Adventista seria uma forma de mascarar o desapontamento de 1844. As profecias de Daniel 8 e 9 não começam na mesma época. O calendário rabínico diz que o dia da expiação em 1844 ocorreu em 21 de setembro e não em outubro).
12. E daí? Qual a relevância desta doutrina para a minha vida? (segundo eles, nenhuma).
Não vamos tratar aqui de responder a cada uma das questões outra vez, O estudo feito até aqui ja se encarregou disto. Queremos enfatizar apenas alguns pontos importantes:
Questões 1 e 2: EXISTÊNCIA DE UM SANTUÁRIO NO CÉU.
O estudo realizado até aqui já oferece evidências de sobra sobre a realidade de um
santuário no céu. Cremos, no entanto, ser interessante a análise da:
TIPOLOGIA DO SANTUÁRIO
As pessoas geralmente definem tipologia por sua imaginação ou por definição de dicionários, não através da Bíblia.
TUPOS — Há 5 passagens em que os autores do Novo Testamento interpretam o Artigo Testamento e chamam isto de TÚPOS:
1. Rom. 5:1—Adão, TÚPOS de Jesus Cristo.
2. 1 Cor. 10:6, 11 —o Êxodo, TUPOS da Igreja
3. 1 Pedro 3: 21 — o Dilúvio, ANTITUPOS do Batismo. (Anti pode significar contra, no lugar de; mas o uso mais comum é correspondendo a, portanto antítipo é correspondente ao tipo).
4. Heb. 8:5 — O Santuário como TU POS.
5. Heb. 9:24 — O Santuário como ANTITÚPOS.
O que é tipologia? Tipologia é o Estudo de tipos. Tipo é uma pessoa (Como por ex. Adão, um evento (como por ex. o Dilúvio), ou uma instituição (como por ex. o Santuário), que Deus divinamente criou para prefigurar ou apontar para Cristo e ou realidades do Evangelho referentes a Jesus Cristo.
Características:
— E uma realidade histórica. É algo real, não é algo, fruto da imaginação.
— É uma cópia (molde) do original. Em tipologia, o tipo não é o original. Vem tanto do que está na mente de Deus, como de uma figura original.
— Funciona como molde para dar a forma ao produto final. Os tipos do AI são reais, mas apontam para o produto final, estão moldando o produto final.
— O produto final invariavelmente obedecerá aos contornos do molde original.
— O produto final transcende o molde. Cumpre o propósito final do molde, mas é maior que
o próprio molde. Ex. Mat. 12: Jesus como antítipo é maior que todos os tipos apresentados
no AI).
— Pode ser controlado:
1. No VI— encontramos a identificação dos tipos.
Por exemplo: Êxodo 25:9, 40 — santuário terrestre tipo do celestial.
Santuário terestre: TABNIT (modelo, figura, sombra)- correspondente hebraico ao TÚPOS grego. Cópia que também serve para cópia.
Santuário celestial: original-ALETHINOS (verdadeiro)
Moisés faz referência a um MODELO EM MINIATURA do santuário Celestial. SP1RIIUAL GIFTS, vol. 4, pág. 5, E. G. White afirma que Moisés viu modêlo em miniatura.
2. Controle do NT — Como o tipo foi cumprido.
O NT cria um quadro fundamentado na escatologia.
Quando Jesus veio INAUGUROU os últimos dias.
— Quando Jesus vier vai CONSUMAR os últimos dias.
— Estamos vivendo hoje no meio (tempo do Espírito Santo). Ele nos habilita a usufruir o que Cristo inaugurou. E a fase da APROPRIAÇÃO.
Cada um dos tipos do AI tem o cumprimento em cada uma dessas fases.
1º Advento: JESUS - INAUGURAÇÃO
ESCATOLOGIA: Igreja - Espírito Santo - APROPRIAÇÃO
2º Advento: CONSUMAÇÃO
Questões 6,7 e 8: TRANSFERÊNCIA DE PECADOS e BODE AZAZEL
A transferência dos pecados era o coração do serviço diário. A transferência sempre era feita através do sangue.
A Escola Criticista nega esta realidade, argumentando que ao invés de ser feita por meio do sangue, a transferência ocorria automaticamente. É o que chamam de "contaminação automática", ou seja, o santuário, como um grande imã, atraia automaticamente o pecado dos indivíduos.
A Bíblia não ensina deste modo. Levítico 16:21, descrevendo o fim do serviço anual, deixa bem claro que o pecado era transferido pela imposição das mãos.
Por outro lado, conforme entendemos através de Levítico 4, quando o pecador colocava as mãos sobre o cordeiro e transferia assim o seu pecado, a pessoa era purificada e não o santuário.
DOIS TIPOS DE CONTAMINAÇÃO:
Ocorriam dois tipos de contaminação — Transferência Legal e Ilegal:
1. TRANSFERÊNCIA ILEGAL — Haviam algumas situacões em que o pecado automaticamente contaminava o santuário. Levítico 20:3 — TAM’E — Eram pecados terríveis, idolatria, sacrifício de crianças. Qual era a solução para este tipo de pecado? Era a execução (eliminar da congregação. O pecador era levado ao juízo divino. Não só a pessoa, mas a sua descendência era extirpada. Isto significava que o pecador não tinha mais história. Era como se nunca houvesse existido. II Crôn 36:14, Jer. 7:30 (idolatria); II Crôn. 29 (tempo de Ezequias e Josias, reconsagração do santuário).
2. TRANSFERÊNCIA LEGAL — Para a transferência "legal", a solução era o Dia da Expiação. Haviam dois modos de transferência ou contaminação "legal": através do sangue, diretamente, ou, através da carne comida pelo sacerdote.
Levítico 4 descreve 4 situações diferentes de pecados:
1. Sacerdote (v.3) O sacerdote toma o sangue e asperge no Lugar Santo, diante do Santíssimo.
2. Toda Congregação (v. 13—) O sacerdote toma o sangue e asperqe no Lugar Santo, diante do Santíssimo.
3. Príncipe ou Governante (v. 22—) O sangue não era levado para dentro do santuário. Era aspergido nas pontas do Altar de holocaustos. O sacerdote comia parte da oferta (um pedaço equivalente a uma azeitona). Deste modo, o pecado, ao invés de ser transferido diretamente para o santuário, o pecado era primeiro transferido para o sacerdote.
4. Pessoas Comuns (v. 27) O sangue não era levado para dentro do santuário. Era aspergido nas pontas do Altar de holocaustos. O sacerdote comia parte da oferta (um pedaço equivalente a uma azeitona). Deste modo, o pecado, ao invés de ser transferido diretamente para o santuário, o pecado era primeiro transferido para o sacerdote.
Levítico 10:17, 18; Levítico 6:24 — 30: Quando o sangue é levado, a carne não deve ser comida.
Porque esta diferença? Nos dois primeiros casos o sacerdote está envolvido no pecado, não pode carregar o pecado transferindo-o sobre si mesmo.
No caso em que a carne era comida, o pecado era transferido para o sacerdote. No Dia da Expiação o sacerdote oferecia uma oferta por ele, por sua família e por todos os pecados que carregava, deste modo, finalmente o pecado era transferido para o santuário.
O DIA DA EXPIAÇÃO — O que acontecia neste dia:
1. O DIÁRIO (OLAT IAMID) ainda prosseguia. Jesus não encerrou a oferta pelo pecado em 1844. Todo processo do TAMID ainda está em curso. Somos salvos hoje da mesma maneira como as pessoas eram salvas anteriormente. O que aconteceu é que Cristo acrescentou algo mais em Seu ministério.
2. Oferta pelo pecado do sacerdote
— Levítico 16:6, 11 — oferta especial pelos seus pecados e da sua família. Este era um
tipo de oferta que Jesus não precisou oferecer.
— O pecado era levado para dentro do santuário e o sacerdote finalmente está purificado.
3. O Bode do Senhor—O MISHINAH confirma o que pensamos,
— Lançava-se sorte para escolhê-lo.
É importante observar que quando o Mishinah descreve o bode do Senhor, deixa claro que não há imposição de mãos, logo ele não transfere pecados. Este sacrifício é uma exceção. É a única vez no ano em que as mãos não são colocadas sobre a cabeça do animal. Isto implica que o animal não levava nenhum pecado para dentro do santuário. Ele é diferente. Este é o sangue que liberta do pecado. Se o sangue não leva o pecado, ele está indo para limpá-lo.
—A função do sangue é purificar o santuário: é aspergido no santíssimo, no santo. Então, o sacerdote impunha suas mãos sobre o Bode Azazel.
4. O Bode Azazel
Azazel é o caminhão de lixo.
— O ritual de Azazel é eliminatório, nunca expiatório.
—Levítico 16:20, 21.
RAZÕES PORQUE AZAZEL É SÍMBOLO DE SATANÁS E NÃO DE JESUS:
A. Há no Oriente Próximo, da época de Moisés, documentos que apresentam um demônio com as mesmas características de Azazel.
B. No período posterior (Rabônico) Azazel é visto como um demônio.
O. Levítico 16:18 — implica em duas personalidades: um dos bodes é para um, o outro bode, para outro. LE — LE ADONAI (para o Senhor, pertencente ao Senhor). LE AZAZEL (para Azazel, pertencente a Azazel). Por inferência são 2 pessoas, 2 seres sobrenaturais.
D. O sangue de Azazel não é derramado. Ele não é morto. Não há sacrifício, Logo, não há expiação.
E. Levítico 16:20 — Azazel entra em cena após terminada a expiação.
É importante neste contexto considerar Levítico 16:10 que parece relacionar Azazel com a expiação. Há duas possíveis explicações para esta passagem:
1. A preposição pode significar não apenas sobre mas ao lado.
2. A palavra expiação em Hebraico é muito mais ampla que em nossa língua. É usada para tomar todas as coisas corretas (portanto envolve todo o processo).
F. Deut. 19:16-19 — A parte culpada deve receber a punição que está acusando no inocente. Apocalipse 12:10, 11 mostra que Satanás falha em nos acusar, porque já fomos perdoados por nosso substituto. E urna testemunha maliciosa, logo, deve receber toda a culpa que nos acusa.
12 de dezembro de 2008
Questionamentos sobre a doutrina do Santuário
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