Não há nenhuma palavra em Apocalipse que seja originaL Elas vêm de outros livros da Bíblia e são entrelaçadas para formar um quadro. O fluxo da história é muito complexo, mas Deus nos deu uma chave para compreendermos este livros.
Quatro professores adventistas contribuíram muito para a compreensão do Apocalipse: Strand, Paulien, C. M. Maxwell, e, Davidson. Strand foi o primeiro dos estudiosos evangélicos a encontrar a chave para abrir o Apocalipse — O SANTUÁRIO. Ele foi o primeiro a ver as 7 cenas do santuário no Apocalipse.. Os outros as elaboraram.
As cenas introdutórias focalizam o trabalho no santuário.
PRIMEIRA LINHA PROFETICA -7 IGREJAS
Há uma cena introdutória (Apoc. 1:1—8): João, prisioneiro religioso (96 AD). Teve uma VISÃO - Jesus falava com ele.
ONDE ESTAVA CRISTO? (Apoc. 1:9—20)
vv. 12-13 - no meio dos 7 candeeiros, com vestes sacerdotais. No santuário terrestre o candelabro se encontrava no Lugar Santo. A palavra usada no VI para referir-se ao ministério relacionado com o candelabro é TAMID.
Portanto, Jesus está ministrando à Sua Igreja, concedendo-lhe luz, e isto é que está sendo representado pelo quadro de Seu andar no meio dos candeeiros.
Nesta seção, João usa imagens do santuário para mostrar a presença viva de Cristo na igreja (Terra):
· Candelabro lembra a tenda do deserto, mas aqui é usado como referência à igreja.
· Paulo e Pedro chama a igreja de NAOS—templo, (1 Cor. 3:16, 17; II Cor. 6:16; Ef. 2:21, 22,1 Pedro 2:4, 5). Eles referem-se à igreja como sendo templo)
· Referência à morte e ressurreição de Jesus, especialmente no verso 18.
SEGUNDA LINHA PROFETICA -7 SELOS -Apoc. 4 e 5
João é chamado pela primeira vez para subir ao santuário celestial.
V. 4:1- PORTA - THURA, mesma palavra usada no Septuaginta para referir-se à porta do santuário israelita.
Cena ao redor do trono no céu - o Pai assentado no trono, os seres viventes ao lado.
— Três pedras são mencionadas: jaspe, sardônica e esmeralda (4:3). Estas pedras faziam parte do conjunto que estava afixado no peitoral do sacerdote (Êxodo 39:10—14).
Quatro ordens de pedras:
1. Sardônica, topázio e carbúnculo
2. Esmeralda, safira e diamante
3. Jacinto, ágata e ametista
4. Berilo, ônix e jaspe.
Estas três pedras fazem referência ao filhos de Israel, do mais novo (jaspe) ao mais velho (sardônica), com ênfase em Judá (esmeralda) — (conf. Gên 49).
Apoc. 4:4—24 ANCIÃOS: referência aos 24 turnos dos sacerdotes.
Apoc. 4:6 MAR DE VIDRO: THALASSA — mesma expressão usada na Septuaginta para Mar de Bronze no Antigo Testamento (a pia do santuário no templo). (II Reis 25:23, 1Crôn. 18:8, Jer. 52:17)
Apoc. 4:6—9: 4 SERES VIVENTES — lembra as quatro bandeiras nas extremidades do acampamento de Israel.
Cap. 5- visão do livro selado e do Cordeiro.
Há uma teologia nos dois capítulos, em particular nos cânticos entoados.
4:11 - “Tu és digno, Senhor e Deus... PORQUE TODAS AS COUSAS TU CRIASTE...”
5:9-10 - “Digno és... PORQUE FOSTE MORTO E COMPRASTE COM TEU SANGUE.
Deus, o Pai, é o CRIADOR; O trabalho de ambos se
Deus, o Filho; é o REDENTOR. encontra nesta cena.
SANGUE — é apresentado como a solução para o problema do pecado. Cap. 5- sete selos - precisam ser quebrados para se abrir o rolo.
Porque o rolo é tão importante?
· Deut. 17:14—20; O Rolo era muito importante para o Rei. O Rei deveria ter sempre em suas mãos um rolo, cópia da lei.
· II Reis 11:12: A palavra hebraica aqui não é testemunho, mas LEI.
O QUE É O ROLO? Três teorias:
a. Livro da vida do Cordeiro (registro dos santos de todas as eras que herdarão o reino);
b. Profecias do resto do livro (esta interpretação não se encaixa);
c. E um testamento, o mundo como propriedade de Cristo em razão de Seu sacrifício.
Comentário de Ellen White acerca do significado do rolo:
1. Em Parábolas de Jesus diz que os líderes da nação judaica veriam a natureza terrível da decisão deles em relação a Cristo, quando o rolo for aberto;
2. Em outro documento ela afirma que ser refere ao livro contendo a história das nações, em todas as épocas.
Os elementos apresentados nesta seção mostram que o que estava acontecendo envolvia todo o santuário, santo e santíssimo. (trono — santíssimo; luz — santo). Há duas ocasiões em que todo o santuário era usado: inauguração e expiação.
TERCEIRA LINHA PROFETICA -7 TROMBETAS - 8:2-5
Visão do altar - 7 anjos - 7 trombetas - Natureza das trombetas: JULGAMENTO. Duas funções no altar:
a. Em direção a Deus: INTERCESSÃO;
b. Em direção à Terra: JULGAMENTO.
Fogo atirado à Terra: julgamentos - -1a, 2a 3a trombetas. O incenso/intercessão continua. Três diferenças principais:
1. Uma pessoa joga o incensário - o anjo atira brasas;
2. Diferença de localidade: o anjo joga brasa para a Terra; Cristo joga o incensário no chão do santuário.
3. Resultados:
a. em um caso temos o fogo/julgamento que se segue;
b. em outro temos o fechamento da porta da graça.
QUARTA LINHA PROFÉTICA - PROFECIASCEI~4TRA1IS- Caps. 12-14
Esta cena é introduzida em 11:19- “Abriu-se o SANTUÁRIO DE DEUS... no CÉU, e foi vista a ARCA DA ALIANÇA NO SANTUÁRIO...”
“ABRIU-SE O SANTUÁRIO” - quando esta parte é aberta vê-se a ARCA que ficava no santíssimo. Em termos terrestres era aberto no dia da expiação, que era um dia de julgamento no antigo Israel. Aqui temos um evento similar ocorrendo rio santuário celestial, portanto vemos aqui um dia celeste de expiação, um início de julgamento. Observe-se que uma parte do céu se abre para ver isto e vê-se o início deste trabalho.
Há aqui uma referência clara ao Santo dos Santos. Estas profecias centrais do livro têm que ver com a guerra entre o dragão, a besta e a mulher.
Transição do livro:
Profecias históricas
{Cartas- Igreja através das eras;}
{Selos- através das eras;}
{Trombetas- através das eras}
Cap. 12- Profecias históricas:
· igreja primitiva
· perseguição na Idade Média
· cena central: guerra - Miguel X serpente
· perseguição na Idade Média
· termina com o remanescente.
Cap. 13 - transição:
a. vv. 1-10 besta que surge do mar- profecia
b. vv. 11-18 besta que surge da terra luta
Cap. 14- as três mensagens angélicas aparecem no fim e vemos a volta de Cristo. Portanto, nesta seção (capítulos 12 a 14) temos a transição entre os dois tipos de profecia:
1º parte: profecias históricas - 12-13:10;
2º parte: escatologia - 13:11-14:20 (e até o final do livro).
QUINTA LINHA PROFÉTICA - Caps. 15 a 18
Cena introdutória estabelecida no templo celestial:
15:5-8-7 anjos com~as 7 taças.
Cap. 16- pragas
Caps. 17 e 18- após as pragas.
A fumaça que toma conta do santuário indica que ninguém pode entrar no templo até que as pragas ocorram. Quando a glória preencheu o santuário no Antigo Testamento, Iniciou-se o ministério. Quando a fumaça o enche no Apocalipse, termina-se o serviço. Deus esconde o santuário com a Sua glória—fim do tempo da graça. (paralelismo com Ezeq. 10:4).
15:5 - “TABERNÁCULO DO TESTEMUNHO” - rio antigo santuário a testemunha do tabernáculo era os DEZ MANDAMENTOS, que estavam na arca, no santíssimo, portanto, temos aqui uma referência ao término do julgamento; o dia antitípico da expiação, e nos referimos a isto como o fechamento da porta da graça: o julgamento está terminado, ninguém mais pode ser salvo.
11:19 - ABERTURA DO JULGAMENTO
15:5-8 - ENCERRAMENTO DO JULGAMENTO
SEXTA LINHA PROFÉTICA - 19:1-10
Esta cena do santuário é um retomo aos capítulos 4 e 5, pois se trata da mesma cena. Mas as canções cantadas aqui são diferentes dos capítulos 4 e 5, pois dizem respeito ao fim do plano da salvação, em particular sobre o casamento do Cordeiro, é uma celebração do casamento, o tempo do casamento chegou, Cristo Se unirá a Sua igreja. Portanto, a cena do santuário é uma cena de celebração à medida que o plano da salvação se encerra.
Segue-se um quadro da segunda vinda da Cristo1 quando Ele sai do santuário, Seguem-se cenas proféticas após a segunda vinda, através do milênio, até a Nova Terra
LINHA DIVISÓRIA:
. Apoc. 21:1-8 - pertence à série de profecias precedentes, assim, a cena da Nova Jerusalém começa no capítulo 21, verso 9. Por quê? Ao se comparar os versos 1 e 10 vemos a Nova Jerusalém vindo para a Terra. Se pensarmos que isto está em ordem cronológica, concluiremos que a Nova Jerusalém vem à Terra duas vezes. E isto não acontece.
21:1-A Nova Jerusalém vem à Terra como final desta série de profecias.
21:9-Começa um quadro da Nova Terra e Nova Jerusalém - uma profecia independente no livro, que é a de número VII
SETIMA LINHA PROFÉTICA - Apoc. 21:9ss - A NOVA JERUSALEM
v. 22- na cidade não há templo - POR QUE? O plano da salvação está terminado.
Analisando as profecias precedentes, vemos que cada uma das seis começa com uma cena do santuário. Isto nos leva à introdução do curso - a doutrina do santuário mostra uma atividade contemporânea de Deus no céu, assim como mostra o santuário como o centro da salvação, o céu em atividade para salvar o homem, onde o Pai, Cristo e os anjos estão trabalhando em função da salvação do homem, e a execução do piano da salvação.
Cada uma das cenas do santuário em Apocalipse mostra onde a atividade do plano da salvação está centralizada; por isto as profecias se iniciam com cenas do santuário.
Ao chegarmos à última profecia, o plano da salvação já terminado, todos os cidadãos do reino reunidos, não há mais necessidade de um plano de salvação.
DESCRIÇÃO DA CIDADE: dimensões em todas as direções, diferentes pedras na fundação. De onde vem esta linguagem?
CHAVE: Apoc. 21:3- Tabernáculo de Deus estará com os homens”.
Construção do santuário: Deus deu as medidas do santuário (assim como dá as medidas da Nova Jerusalém); pedras com o nome das tribos no peito dos sacerdotes levadas à presença do Senhor (agora encontramos os nomes escritos nas portas [tribos] e nas pedras da fundação [apóstolos]).
O que o santuário tinha em uma menor escala, a Nova Jerusalém tem numa escala muito mais ampla, portanto, há uma comparação geral entre a Nova Jerusalém e o santuário do
· Formato de cubo do santíssimo.
· Pedras do alicerce lembram pedras do peitoral.
· Portões em 4 direções lembram os quatro pontos cardeais do santuário.
· Repleta referência à festa do tabernáculo.
· SKENOO — acampar, construir sua tenda ao lado da nossa (Apoc. 21:3 usa a mesma expressão de João 1:14).
· No santuário havia a cerimônia da água— na Nova Jerusalém há a água da vida e o apêlo final está relacionado com água.
· No santuário havia a cerimônia da luz — na Nova Jerusalém Cristo mesmo será a luz.
Assim, toda a cidade é um lugar santo, pois que é o lugar da habitação da Deus (Êxo. 25:8-9 - “E Me farão um santuário.., e habitarei no meio deles”.) Trocando uma palavra no verso teríamos: “E EU construirei uma cidade para habitar no meio- deles.”
Portanto, ao chegar à SÉTIMA LINHA PROFÉTICA, temos um senso da visão da santuário mas envolvendo toda a cidade em si mesma.
Zac. 14:16 - o propósito da velha Jerusalém será cumprido.
v. 20 - “Naquele dia será gravado nas campainhas dos cavalos: Santo ao Senhor; e as panelas na casa do Senhor serão como as bacias diante do altar.”
Tudo na cidade será santo, porque a santidade do Senhor permeará todas as coisas.
A última profecia, portanto, é que a cidade toda é um santuário; não se trata de uma cena introdutória para a profecia, mas é a profecia em si: a cidade é o santuário de Deus.
O Apocalipse é um livro de 7:
7 igrejas
7 selos
7 trombetas
7 pragas
7 linhas proféticas, dadas no dia.
RESUMINDO
Encontramos em Apocalipse, 7 seções, precedidas por um prólogo e encerradas por um epílogo, como segue:
Prólogo:1:1-8
1. 1:9-20 (Terra): 7 igrejas
2. 4:1-5:14: 7 selos
3. 8:2-6: 7 trombetas
4. 11:19: 7 cenas cósmicas: “Eu vi” - “KAI EDON”
5. 15:2-8: 7pragas
6. 19:1—10: 7 cenas cósmicas: “Eu vi”
7. 21:1-8: Nova Jerusalém
Epílogo: 22:6-21
Cada uma das seções é introduzida com uma visão do santuário.
12 de dezembro de 2008
O santuário e o livro do Apocalipse
Não há nenhuma palavra em Apocalipse que seja originaL Elas vêm de outros livros da Bíblia e são entrelaçadas para formar um quadro. O fluxo da história é muito complexo, mas Deus nos deu uma chave para compreendermos este livros.
Questionamentos sobre a doutrina do Santuário
Há 12 questões básicas que têm sido levantadas por aqueles que têm questionado a doutrina do santuário. Elas podem ser divididas em três grupos: cinco se referem ao santuário celestial, três, ao santuário terrestre, e, quatro, têm a ver com interpretação profética. São as seguintes:
A. QUANTO AO SANTUÁRIO CELESTIAL:
1. Não há um santuário celestial.
2. Existe um santuário no Céu, mas não pode ser dividido em duas partes.
3. No Céu não há necessidade de limpeza ou purificação do santuário.
4. Jesus Cristo entrou no lugar santíssimo no ano 31 A.. D. para iniciar o dia da expiação. (O primeiro que popularizou esta idéia foi Ballenger (ver breve histórico sobre a vida de tal homem). O texto usado para sustentar tal idéia é Hebreus 6:19 — 20. Implicação: se isto é verdade, nada resta e nenhum significado existe em 1844. Brinsmead e Ford usam Hebreus 9 para reafirmar este ponto).
5. Não existe juízo investigativo. Fomos julgados na cruz, não o seremos no final dos tempos.
B. QUANTO AO SANTUÁRIO TERRESTRE:
6. Quando alguém cometia algum pecado automaticamente já tomava o santuário impuro (CONTAMINAÇÃO AUTOMÁTICA).
7. Quando o pecador recebia o perdão, automaticamente o santuário era purificado (sangue do animal — diariamente). O sangue entrava para purificar, não para contaminar. Sintetizando: o pecado contaminar o sangue purifica.
8. O bode AZAZEL representava Jesus Cristo.
C. QUANTO À INTERPRETAÇÃO PROFÉTICA:
9. Método de interpretação profética não historicista, mas preterista ou futurista.
10. Validade do principio dia = ano.
11. A Ponta Pequena de Daniel 8:14 é Antioco Epifânio. (A doutrina Adventista seria uma forma de mascarar o desapontamento de 1844. As profecias de Daniel 8 e 9 não começam na mesma época. O calendário rabínico diz que o dia da expiação em 1844 ocorreu em 21 de setembro e não em outubro).
12. E daí? Qual a relevância desta doutrina para a minha vida? (segundo eles, nenhuma).
Não vamos tratar aqui de responder a cada uma das questões outra vez, O estudo feito até aqui ja se encarregou disto. Queremos enfatizar apenas alguns pontos importantes:
Questões 1 e 2: EXISTÊNCIA DE UM SANTUÁRIO NO CÉU.
O estudo realizado até aqui já oferece evidências de sobra sobre a realidade de um
santuário no céu. Cremos, no entanto, ser interessante a análise da:
TIPOLOGIA DO SANTUÁRIO
As pessoas geralmente definem tipologia por sua imaginação ou por definição de dicionários, não através da Bíblia.
TUPOS — Há 5 passagens em que os autores do Novo Testamento interpretam o Artigo Testamento e chamam isto de TÚPOS:
1. Rom. 5:1—Adão, TÚPOS de Jesus Cristo.
2. 1 Cor. 10:6, 11 —o Êxodo, TUPOS da Igreja
3. 1 Pedro 3: 21 — o Dilúvio, ANTITUPOS do Batismo. (Anti pode significar contra, no lugar de; mas o uso mais comum é correspondendo a, portanto antítipo é correspondente ao tipo).
4. Heb. 8:5 — O Santuário como TU POS.
5. Heb. 9:24 — O Santuário como ANTITÚPOS.
O que é tipologia? Tipologia é o Estudo de tipos. Tipo é uma pessoa (Como por ex. Adão, um evento (como por ex. o Dilúvio), ou uma instituição (como por ex. o Santuário), que Deus divinamente criou para prefigurar ou apontar para Cristo e ou realidades do Evangelho referentes a Jesus Cristo.
Características:
— E uma realidade histórica. É algo real, não é algo, fruto da imaginação.
— É uma cópia (molde) do original. Em tipologia, o tipo não é o original. Vem tanto do que está na mente de Deus, como de uma figura original.
— Funciona como molde para dar a forma ao produto final. Os tipos do AI são reais, mas apontam para o produto final, estão moldando o produto final.
— O produto final invariavelmente obedecerá aos contornos do molde original.
— O produto final transcende o molde. Cumpre o propósito final do molde, mas é maior que
o próprio molde. Ex. Mat. 12: Jesus como antítipo é maior que todos os tipos apresentados
no AI).
— Pode ser controlado:
1. No VI— encontramos a identificação dos tipos.
Por exemplo: Êxodo 25:9, 40 — santuário terrestre tipo do celestial.
Santuário terestre: TABNIT (modelo, figura, sombra)- correspondente hebraico ao TÚPOS grego. Cópia que também serve para cópia.
Santuário celestial: original-ALETHINOS (verdadeiro)
Moisés faz referência a um MODELO EM MINIATURA do santuário Celestial. SP1RIIUAL GIFTS, vol. 4, pág. 5, E. G. White afirma que Moisés viu modêlo em miniatura.
2. Controle do NT — Como o tipo foi cumprido.
O NT cria um quadro fundamentado na escatologia.
Quando Jesus veio INAUGUROU os últimos dias.
— Quando Jesus vier vai CONSUMAR os últimos dias.
— Estamos vivendo hoje no meio (tempo do Espírito Santo). Ele nos habilita a usufruir o que Cristo inaugurou. E a fase da APROPRIAÇÃO.
Cada um dos tipos do AI tem o cumprimento em cada uma dessas fases.
1º Advento: JESUS - INAUGURAÇÃO
ESCATOLOGIA: Igreja - Espírito Santo - APROPRIAÇÃO
2º Advento: CONSUMAÇÃO
Questões 6,7 e 8: TRANSFERÊNCIA DE PECADOS e BODE AZAZEL
A transferência dos pecados era o coração do serviço diário. A transferência sempre era feita através do sangue.
A Escola Criticista nega esta realidade, argumentando que ao invés de ser feita por meio do sangue, a transferência ocorria automaticamente. É o que chamam de "contaminação automática", ou seja, o santuário, como um grande imã, atraia automaticamente o pecado dos indivíduos.
A Bíblia não ensina deste modo. Levítico 16:21, descrevendo o fim do serviço anual, deixa bem claro que o pecado era transferido pela imposição das mãos.
Por outro lado, conforme entendemos através de Levítico 4, quando o pecador colocava as mãos sobre o cordeiro e transferia assim o seu pecado, a pessoa era purificada e não o santuário.
DOIS TIPOS DE CONTAMINAÇÃO:
Ocorriam dois tipos de contaminação — Transferência Legal e Ilegal:
1. TRANSFERÊNCIA ILEGAL — Haviam algumas situacões em que o pecado automaticamente contaminava o santuário. Levítico 20:3 — TAM’E — Eram pecados terríveis, idolatria, sacrifício de crianças. Qual era a solução para este tipo de pecado? Era a execução (eliminar da congregação. O pecador era levado ao juízo divino. Não só a pessoa, mas a sua descendência era extirpada. Isto significava que o pecador não tinha mais história. Era como se nunca houvesse existido. II Crôn 36:14, Jer. 7:30 (idolatria); II Crôn. 29 (tempo de Ezequias e Josias, reconsagração do santuário).
2. TRANSFERÊNCIA LEGAL — Para a transferência "legal", a solução era o Dia da Expiação. Haviam dois modos de transferência ou contaminação "legal": através do sangue, diretamente, ou, através da carne comida pelo sacerdote.
Levítico 4 descreve 4 situações diferentes de pecados:
1. Sacerdote (v.3) O sacerdote toma o sangue e asperge no Lugar Santo, diante do Santíssimo.
2. Toda Congregação (v. 13—) O sacerdote toma o sangue e asperqe no Lugar Santo, diante do Santíssimo.
3. Príncipe ou Governante (v. 22—) O sangue não era levado para dentro do santuário. Era aspergido nas pontas do Altar de holocaustos. O sacerdote comia parte da oferta (um pedaço equivalente a uma azeitona). Deste modo, o pecado, ao invés de ser transferido diretamente para o santuário, o pecado era primeiro transferido para o sacerdote.
4. Pessoas Comuns (v. 27) O sangue não era levado para dentro do santuário. Era aspergido nas pontas do Altar de holocaustos. O sacerdote comia parte da oferta (um pedaço equivalente a uma azeitona). Deste modo, o pecado, ao invés de ser transferido diretamente para o santuário, o pecado era primeiro transferido para o sacerdote.
Levítico 10:17, 18; Levítico 6:24 — 30: Quando o sangue é levado, a carne não deve ser comida.
Porque esta diferença? Nos dois primeiros casos o sacerdote está envolvido no pecado, não pode carregar o pecado transferindo-o sobre si mesmo.
No caso em que a carne era comida, o pecado era transferido para o sacerdote. No Dia da Expiação o sacerdote oferecia uma oferta por ele, por sua família e por todos os pecados que carregava, deste modo, finalmente o pecado era transferido para o santuário.
O DIA DA EXPIAÇÃO — O que acontecia neste dia:
1. O DIÁRIO (OLAT IAMID) ainda prosseguia. Jesus não encerrou a oferta pelo pecado em 1844. Todo processo do TAMID ainda está em curso. Somos salvos hoje da mesma maneira como as pessoas eram salvas anteriormente. O que aconteceu é que Cristo acrescentou algo mais em Seu ministério.
2. Oferta pelo pecado do sacerdote
— Levítico 16:6, 11 — oferta especial pelos seus pecados e da sua família. Este era um
tipo de oferta que Jesus não precisou oferecer.
— O pecado era levado para dentro do santuário e o sacerdote finalmente está purificado.
3. O Bode do Senhor—O MISHINAH confirma o que pensamos,
— Lançava-se sorte para escolhê-lo.
É importante observar que quando o Mishinah descreve o bode do Senhor, deixa claro que não há imposição de mãos, logo ele não transfere pecados. Este sacrifício é uma exceção. É a única vez no ano em que as mãos não são colocadas sobre a cabeça do animal. Isto implica que o animal não levava nenhum pecado para dentro do santuário. Ele é diferente. Este é o sangue que liberta do pecado. Se o sangue não leva o pecado, ele está indo para limpá-lo.
—A função do sangue é purificar o santuário: é aspergido no santíssimo, no santo. Então, o sacerdote impunha suas mãos sobre o Bode Azazel.
4. O Bode Azazel
Azazel é o caminhão de lixo.
— O ritual de Azazel é eliminatório, nunca expiatório.
—Levítico 16:20, 21.
RAZÕES PORQUE AZAZEL É SÍMBOLO DE SATANÁS E NÃO DE JESUS:
A. Há no Oriente Próximo, da época de Moisés, documentos que apresentam um demônio com as mesmas características de Azazel.
B. No período posterior (Rabônico) Azazel é visto como um demônio.
O. Levítico 16:18 — implica em duas personalidades: um dos bodes é para um, o outro bode, para outro. LE — LE ADONAI (para o Senhor, pertencente ao Senhor). LE AZAZEL (para Azazel, pertencente a Azazel). Por inferência são 2 pessoas, 2 seres sobrenaturais.
D. O sangue de Azazel não é derramado. Ele não é morto. Não há sacrifício, Logo, não há expiação.
E. Levítico 16:20 — Azazel entra em cena após terminada a expiação.
É importante neste contexto considerar Levítico 16:10 que parece relacionar Azazel com a expiação. Há duas possíveis explicações para esta passagem:
1. A preposição pode significar não apenas sobre mas ao lado.
2. A palavra expiação em Hebraico é muito mais ampla que em nossa língua. É usada para tomar todas as coisas corretas (portanto envolve todo o processo).
F. Deut. 19:16-19 — A parte culpada deve receber a punição que está acusando no inocente. Apocalipse 12:10, 11 mostra que Satanás falha em nos acusar, porque já fomos perdoados por nosso substituto. E urna testemunha maliciosa, logo, deve receber toda a culpa que nos acusa.
Implicações espirituais dos serviços do Santuário
Qual é nosso sentimento ao pensarmos no juízo?
— Apocalipse 54:7
— Eclesiastes 12
Davi clama 4 vezes para que Deus o Julgue logo:
— Salmo 7:8
— Salmo 26:1
— Salmo 35:24
— Salmo 43:3
Como Davi podia orar assim? Teria eu orado como Davi? Sim! Podemos orar como Davi orou!
Será que Davi não sabia sobre a gravidade dos pecados? Certamente que sabia. Davi era um grande pecador. Estava plenamente consciente da seriedade do juízo. No salmo 51, no entanto, ele mostra como estar seguro no juízo. Sua certeza baseia-se no que está revelado no verso 7:
"Purifica-me com hissopo, e ficarei limpo; lava-me, e ficarei mais alvo do que a neve." (Salmo 51:7)
HISSOPO — Pequena planta que crescia nas paredes e ia para a região leste do muro de Jerusalém. (O hissopo é, provavelmente, a manjerona, um pequeno arbusto que tem de altura cerca de 45 centímetros, com hastes direitas, delgadas e providas de folhas, possuindo além disso grandes espigas de pequenas flores. Tem um aroma picante, e nasce em muitos lugares, mesmo nos muros (1 Rs 4.33). (Éx 12.22; Lv 14.4; Jo 19.29; Hb 9.19.) Como as hastes da manjerona (e muito mais da alcaparra) são muito mais flexíveis, tem-se julgado também que em Jo 19-.29 está empregada a palavra- hissopo" por ‘hissos", a lança curta dos romanos.)
Os Israelitas tiravam esta planta, mergulhavam no sangue do cordeiro e com ela o colocavam no batente da porta no tempo da Páscoa.
Quando Davi ora as palavras do Salmo 51:7, está apresentando sua confiança no cordeiro vindouro. Ele entendeu que se fizesse isso, no juízo tudo seria diferente, porque o sangue do cordeiro já haveria apagado seus pecados.
Davi entendia também uma outra questão fundamental: o juízo divino NÃO É UM JUIZO DE CONDENAÇÃO. É claro que haverão condenados, mas o objetivo não é este: O JU1ZO DE DEUS É DE VINDICAÇAO. Davi entendia que no juízo ele seria vindicado de todas as acusações do inimigo.
O JUIZO É UMA BOA-NOVA
1. Porque Jesus já pagou o preço pelos nossos pecados. Se cada dia aceitarmos o sangue de Cristo, estaremos seguros. Isto, no entanto, é a coisa mais difícil, porque sempre estamos querendo fazer alguma coisa pela nossa salvação. Se confiarmos em Jesus podemos ter a certeza de que somos aceitos por Ele.
2. Porque Jesus é nosso substituto. (João 3:16; lsaias 53).
3. Porque Jesus é nosso advogado. (Heb. 7:25; 1 João 2:1). Frequentemente pensamos no juízo como um momento em que o pecador está só. Mas o quadro que a Bíblia nos apresenta é diferente: no juízo o advogado está de pé com seu braço em tomo do ombro de cada um de nós. E, é sempre bom lembrarmos que o advogado celestial nunca perdeu nenhum caso.
— Ele não é somente o advogado — é a testemunha verdadeira e fiel — nosso melhor amigo.
— E se isto não for suficiente, Jesus (o mesmo que assumiu a nossa carne e viveu a nossa experiência, que foi tentado em todas as coisas como nós) é o nosso Juiz.
O Pai é quem preside o julgamento (Daniel 7), mas João 5 diz que foi dado ao Filho o direito de julgar.
4. O juízo só pode ser uma notícia ruim se não aceitarmos o perdão de Jesus.
O Juízo, portanto, é uma questão pela qual devemos nos alegrar e rejubilar. Por que?
No dia da expiação a pessoa mais santa sobre a Terra (o Sumo Sacerdote) se dirigia ao lugar mais santo sobre a Terra (o lugar santíssimo), para operar o mais sagrado dos ofícios — a expiação. (No hebraico expiações, plural).
Era o dia mais santo durante o ano.
O único dia no ano em que o povo de Israel devia jejuar.
O mesmo se aplica ao antítipo.
Esta gravura aponta não só para a expiação, mas para uma apresentação equilibrada do Evangelho.
Analisemos Levítico:
— Os primeiros 15 capítulos de Levítico têm um tema centra: sangue (aparece mais de 90 vezes).
— Do capítulo 17 em diante o sangue quase desaparece. O tema central é santidade. —> No centro destas duas seções temos o ponto de transição: o dia da expiação.
Somos salvos totalmente pelo sangue do cordeiro: isto é justificação. Mas se temos aceito a Jesus, os frutos de santidade serão vistos em nossa vida: isto é santificação. O universo não pode ver nosso coração, mas pode ver nossos frutos. Os frutos de santidade revelam se a fé é real ou não.
O QUE DEVERÍAMOS ESTAR FAZENDO NO DIA DA EXPIAÇÃO?
Haviam 5 coisas que a congregação deveria praticar no dia da expiação (Levítico 16 e 23):
1. Levítico 23:27: Santa convocação. Todos deveriam se reunir. A reunião era provocada pela mente das pessoas focalizada no santuário.
2. Levítico 23: 27- up: Oferta queimada deveria ser oferecida ao Senhor. Isto significava que as pessoas deveriam estar identificadas com o trabalho do Sumo Sacerdote. (EIIen G. White diz que nos últimos dias só um tema irá prevalecer:Jesus Cristo Justiça nossa. Pregar sobre a cruz é pregar sobre o santuário).
3. Levítico 23:28: Não deveriam praticar nenhuma obra. Hebreus 4 fala como podemos descansar: passarmos a confiar totalmente na obra de nosso Sumo Sacerdote.
4. Levítico 23:27, 29, 32: Deveriam afligir a alma. Hebraico ‘ANAH — significa humilhar-se de tal modo que fique evidente que nos reconhecemos como nada. (Nossa tarefa diária deve ser prostrar-nos diante dos pés de Jesus.
5. Levítico 16:30: Purificação. O Sacerdote era quem os purificava. Através da contemplação nós somos purificados.
As mesmas passagens em Hebreus que falam sobre a inauguração do santuário, também falam sobre a nossa experiência:
— Hebreus 6:19
— Hebreus 4:16
— Hebreus 10:19
— Hebreus 12:22
O Adventisto e suas Doutrinas Bíblicas
Quem somos?
a igreja adventista do sétimo dia cresce diariamente acrescentando ao seu rol de membros uma nova pessoa a cada 48 segundos, através do batismo; e organiza cinco novas congregações a cada dia.
Deus
os adventistas baseiam a sua fé em Deus como revelado através de Jesus Cristo e como é mostrado pela Bíblia, inspirada pelo Espírito Santo.
Fé
fé significa depositar confiança completa em Deus, aceitando a Sua oferta de salvação. esta fé é fundamental para os adventistas de acordo com suas convicções. esta fé requer uma relação viva e atuante com Deus é essencial.
A Bíblia
escrita no decorrer de 2 milênios, a Bíblia apresenta a verdade essencial sobre Deus. o Espírito Santo inspirou os escritores humanos para revelarem o caráter de Deus e o plano da salvação. a Bíblia explica a natureza de Deus e o modo como os Seus seguidores se comportarão como resultado da relação direta e íntima com Ele.
O evangelho
o coração da doutrina adventista é a mensagem do evangelho, das boas novas da salvação. por causa da morte de Jesus, nós, seres humanos, estamos livres do poder acusador do nosso pecado e podemos nos reconciliar com Deus com a esperança de um dia vivermos eternamente com Ele.
Criação
criador do universo, Cristo formou nosso mundo em sete dias. criou o primeiro homem e a primeira mulher da terra e todos os demais seres viventes através de Sua palavra. ao terminar o Seu trabalho criativo, Deus instituiu o sábado como dia sagrado de celebração e adoração.
O sábado sagrado
o sábado sagrado, sétimo dia da semana, foi determinado como uma lembrança do Deus vivo e criador. Ele nos convida para que neste dia especial, descansemos de nossas tarefas e dediquemos tempo à Sua adoração e em Seu louvor. Jesus observou o Sábado enquanto esteve na terra, e os adventistas seguem o exemplo deixado por Ele, guardando fielmente este dia como requer o quarto mandamento da lei de Deus.
O segundo advento
os adventistas aguardam o breve retorno de Jesus Cristo a esta terra como Ele profetizou e prometeu, entretanto, não estabelecem nenhuma data para este evento glorioso, já que a Bíblia é clara em determinar que esta informação só pertence a Deus.
Vida depois da morte e o futuro
os adventistas seguem as palavras de Jesus identificando os que morrem como se estivessem em sono profundo, dormindo, sendo incapazes de qualquer contato com os que ainda estão vivos. os que descansaram confiando no Senhor serão levados para a vida eterna quando Jesus retornar.
Batismo e compromisso
os que escolheram aceitar a palavra Deus como guia para a sua vida, o Seu amor e a morte de Cristo na cruz, demonstram sua convicção através do ato simbólico do batismo (submergidos em água), seguindo o exemplo de Jesus. os adventistas seguem uma vida de compromisso para com Deus e de confiança no Seu plano para nós.
Educação
a igreja adventista opera um dos maiores sistemas educacionais do mundo, e é conhecida por grandes universidades como a de loma linda, nos estados unidos, cujo centro médico é de vanguarda nos tratamentos com equipamentos como o acelerador de próton, inovador para o tratamento contra o câncer. com sua representação educacional distribuída por todo o mundo, os adventistas buscam melhorar a qualidade de vida das pessoas provendo educação integral e treinamento profissional.
Ajuda à comunidade
através do departamento de assistência social, da agência adventista de desenvolvimento e recursos assistenciais (adra), e de inúmeros outros programas, a igreja adventista provê ajuda prática aos socialmente menos favorecidos, preocupando-se com suas necessidades em todos os âmbitos. a igreja também serve à comunidade pela atuação dos diversos clubes de desbravadores que desenvolvem projetos como palestras sobre vida familiar, aconselhamento, e ainda outros programas. além disso, ainda auxiliam na organização de cursos para pessoas que desejam superar vícios a drogas como o álcool e o tabaco, entre outros.
Comunicando esperança
a igreja adventista do sétimo dia comunica esperança, destacando que vida plena e felicidade podem ser encontradas somente a partir de um relacionamento com Jesus, que comunicar o evangelho é um aspecto vital para o crescimento e manutenção da fé e que compartilhar as boas novas do amor de Deus é conseqüência e causa de uma fé viva. para isto a igreja desenvolveu um sistema global de comunicação que inclui satélite, televisão, rádio, casas publicadoras, a internet e fóruns on-line.
O que os adventista do sétimo dia crêem
os adventistas do sétimo dia aceitam a Bíblia como seu único credo e mantêm certas crenças fundamentais como sendo o ensino das escrituras sagradas. estas crenças, da maneira como são apresentadas aqui, constituem a compreensão e a expressão do ensino das escrituras por parte da igreja. eventualmente poderá haver revisões destas declarações numa assembléia da associação geral, quando a igreja é levada pelo Espírito Santo a uma compreensão mais completa da verdade bíblica, ou encontra melhor linguagem para expressar os ensinos da santa palavra de Deus.
se você que está lendo isso, tiver algum problema em compreender alguma das doutrinas aqui apresentadas, não hesite em utilizar o espaço de tirar suas dúvidas teológicas e espirituais oferecido nesta página e caso seu interesse em conhecer o que os adventistas acreditam, participe do curso bíblico on-line. se você é pastor adventista, algum outro oficial da igreja ou até mesmo um leigo interessado e quer discutir alguma das doutrinas aqui apresentadas ou a forma com que aqui foram apresentados, favor encaminhar um e-mail para leo@novotom.com.
I. as escrituras sagradas:
as escrituras sagradas, o antigo e novo testamento, são a palavra de Deus escrita, dada por inspiração divina por intermédio de santos homens de Deus que falaram e escreveram ao serem movidos pelo Espírito Santo. nesta palavra, Deus transmitiu ao homem o conhecimento necessário para a salvação. as escrituras sagradas são a infalível revelação de Sua vontade. constituem o padrão de caráter, a prova de experiência, o autorizado revelador de doutrinas e o registro fidedigno dos atos de Deus na história.
(ii pedro 1:20, 21; ii tim. 3:16, 17; sal. 119:105; prov. 30:5, 6; isa. 8:20; joão 17:17; i tess. 2:13; heb. 4:12)
II. a trindade:
há um só Deus: Pai, Filho, e Espírito Santo, uma unidade de três pessoas coeternas. Deus é imortal, onipotente, onisciente, acima de tudo e sempre presente. Ele é infinito e além da compreensão humana, mas é conhecido por meio de Sua auto-revelação. para sempre é digno de culto, adoração, e serviço por parte de toda criação.
(deut. 6:4; mat. 28:19; ii cor. 13:14; efé. 4:4-6; i pedro 1:2; i tim. 1:17; apoc. 14:7)
III. Deus Pai:
Deus, o Eterno Pai, é o Criador, o Originador, o Mantenedor e o Soberano de toda a criação. Ele é justo e santo, compassivo e clemente, tardio em irar-se, e grande em constante amor e fidelidade. as qualidades e poderes manifestos no Filho e no Espírito Santo também constituem revelações do Pai.
(gen. 1:1; apoc. 4:11; i cor. 15:28; joão 3:16; i joão 4:8; i tim. 1:17; ex. 34:6, 7; joão 14:9)
IV. Deus Filho:
Deus, o Filho Eterno, encarnou-Se em Jesus Cristo. por meio dEle foram criadas todas as coisas, é revelado o caráter de Deus, efetuada a salvação da humanidade e julgado o mundo. sendo para sempre verdadeiramente Deus, Ele se tornou também verdadeiramente homem, Jesus, o Cristo. Ele foi concebido do Espírito Santo e nasceu da virgem maria. viveu, e experimentou a tentação como um ser humano, mas exemplificou perfeitamente a justiça e o amor de Deus. por Seus milagres manifestou o poder de Deus e atestou que era o Messias prometido por Deus. sofreu e morreu voluntariamente na cruz por nossos pecados e em nosso lugar foi ressuscitado dentre os mortos e ascendeu para ministrar no santuário celestial em nosso favor. virá outra vez, em glória, para o livramento final de Seu povo e a restauração de todas as coisas.
(joão 1:1-3, 14; col. 1:15-19; joão 10:30; 14:9; rom. 6:23; ii cor. 5:17-19; joão 5:22; lucas 1:35; filip. 2:5-11; heb. 2:9-18; i cor. 15:3, 4; heb. 8:1, 2; joão 14:1-3)
V. Deus Espírito Santo:
Deus, o Espírito Santo, desempenhou uma parte ativa com o Pai e o Filho na criação, encarnação e redenção. inspirou os escritores das escrituras. encheu de poder a vida de Cristo. atrai e convence os seres humanos; e os que se mostram sensíveis são renovados e transformados por Ele, à imagem de Deus. enviado pelo Pai e pelo Filho para estar sempre com Seus filhos, Ele concede dons espirituais à igreja, a habilita a dar testemunho de Cristo e, em harmonia com as escrituras, guia-a em toda a verdade.
(gen. 1:1, 2; lucas 1:35; 4:18; atos 10:38; ii pedro 1:21; 2 cor. 3:18; efé. 4:11, 12; atos 1:8; joão 14:16-18, 26; 15:26, 27; 16:7-13)
VI. a criação:
Deus é o criador de todas as coisas, e revelou nas escrituras o relato autêntico da Sua atividade criadora. "em seis dias fez o Senhor os céus e a terra" e tudo que tem vida sobre a terra, e descansou no sétimo dia desta primeira semana. assim Ele estabeleceu o sábado como perpétuo monumento comemorativo de Sua esmerada obra criadora. o primeiro homem e mulher foram formados à imagem de Deus como obra-prima da criação. foi-lhes dado domínio sobre o mundo e se lhes atribuiu a responsabilidade de cuidar dele. quando o mundo foi concluído, ele era "muito bom", proclamando a glória de Deus.
(gen. 1; 2; ex. 20:8-11; sal. 19:1-6; 33:6, 9; 104; heb. 11:3)
VII. a natureza do homem:
o homem e a mulher foram formados à imagem de Deus com individualidade e o poder como a liberdade de pensar e agir. conquanto tenham sido criados como seres livres, cada um é uma unidade indivisível de corpo, mente e alma, e dependente de Deus quanto à vida, respiração e tudo o mais. quando os nossos primeiros pais desobedeceram a Deus, eles negaram sua dependência dEle e caíram de sua elevada posição, outrora logo abaixo de Deus. a imagem de Deus, neles, foi desfigurada, e tornaram-se sujeitos à morte. seus descendentes partilharam dessa natureza caída e de suas conseqüências. eles nascem com fraquezas e tendências para o mal. mas Deus, em Cristo, reconciliou consigo o mundo e por meio de Seu Espírito restaura nos mortais penitentes a imagem de seu criador. criados para a glória de Deus, eles são chamados para amá-Lo e uns aos outros, e para cuidar de seu ambiente.
(gên. 1:26-28; 2:7; sal. 8:4-8; atos 17:24-28; gên. 3; salm. 51:5; rom. 5:12-17; ii cor. 5:19 - 20)
VIII. o grande conflito:
toda a humanidade está agora envolvida num grande conflito entre Cristo e satanás, que duvidou do caráter de Deus, de Sua lei e de Sua soberania sobre o universo. este conflito originou-se no céu quando um ser criado, dotado de liberdade de escolha, por exaltação própria tornou-se satanás, o adversário de Deus, e conduziu à rebelião uma terça parte dos anjos. ele introduziu o espírito de rebelião neste mundo, ao induzir adão e eva ao pecado. este pecado humano resultou na deformação da imagem de Deus na humanidade, no transtorno do mundo criado e em sua conseqüente devastação por ocasião do dilúvio mundial. observado por toda a criação, este mundo tornou-se palco do conflito universal, dentro do qual será finalmente vindicado o Deus de amor. para ajudar Seu povo nesse conflito, Cristo envia o Espírito Santo e os anjos leais, para os guiar, proteger e amparar no caminho da salvação.
(apoc. 12:4-9; isa. 14:12- 14; ezeq. 28:12-18; gên. 6-8; ii ped. 3:6; rom. 1:19-32; 5:19-21; 8:19-22; heb. 1:4-14; i cor. 4:9)
IX. vida, morte e ressurreição de Cristo:
na vida de Cristo, de perfeita obediência à vontade de Deus, e em Seu sofrimento, morte e ressurreição, Deus proveu o único meio de expiação do pecado humano, de modo que os que aceitam esta expiação pela fé possam ter vida eterna, e toda a criação compreenda melhor o infinito e santo amor do criador. esta expiação perfeita vindica a justiça da lei de Deus e a benignidade de Seu caráter; pois ela não somente condena o nosso pecado, mas também garante o nosso perdão. a morte de Cristo é substituinte e expiatória, reconciliadora e transformadora. a ressurreição de Cristo proclama a vitória de Deus sobre as forças do mal, e assegura a vitória final sobre o pecado e a morte para os que aceitam a expiação. ela proclama a soberania de Jesus Cristo, diante do qual se dobrará todo joelho, no céu e na terra.
(joão 3:16; isa. 53; ii cor. 5:14, 15 e 19-21; rom. 1:4; 3:25; 4:25; 8:3 e 4; filip. 2:6-11; i joão 2:2; 4:10; col. 2:15)
X. a experiência da salvação:
em infinito amor e misericórdia, Deus fez com que Cristo, que não conheceu pecado, Se tornasse pecador por nós, para que nEle fôssemos feitos justos perante Deus. guiados pelo Espírito Santo, sentimos nossa necessidade, reconhecemos nossa pecaminosidade, arrependemo-nos de nossas transgressões e temos fé em Jesus como Senhor e Cristo, como substituto e exemplo. esta fé que aceita a salvação advém do divino poder da palavra e é dom da graça de Deus. por meio de Cristo somos justificados, adotados como filhos e filhas de Deus e libertados do domínio do pecado. por meio do Espírito, nascemos de novo e somos santificados; o Espírito renova nossa mente, escreve a lei de Deus, a lei de amor, em nosso coração, e recebemos o poder de levar uma vida santa. permanecendo nEle, tornamo-nos participantes da natureza divina e temos a certeza da salvação agora e no juízo final.
(sal. 27:1; isa. 12:2; jonas 2:9; joão 3:16; ii cor. 5:17-21: gál. 1:4; 2:19 e 20; 3:13; 4:4-7; rom. 3:24-26; 4:25; 5:6-10; 8:1-4, 14, 15, 26 e 27; 10:7; i Cor. 2:5; 15:3 e 4; i joão 1:9; 2:1 e 2; efés. 2:5-10; 3:16-19; gál. 3:26; joão 3:3-8; mat. 18:3; i ped. 1:23, 2:21; heb. 8:7-12)
XI. a igreja:
a igreja é a comunidade de crentes que confessam a Jesus Cristo com Senhor e Salvador. em continuidade ao povo de Deus dos tempos do velho testamento, somos chamados para fora deste mundo. nos unimos para prestar culto em e para a comunhão, a instrução na palavra, a celebração da ceia do Senhor, o serviço a toda humanidade e para a proclamação mundial do evangelho. a igreja recebe sua autoridade de Cristo, o qual é a palavra encarnada, e das escrituras, que são a palavras escrita. a igreja é a família de Deus; adotados por Ele como filhos, seus membros vivem com base na nova aliança. a igreja é o corpo de Cristo, uma comunidade de fé, da qual o próprio Cristo é a cabeça. a igreja é a noiva pela qual Cristo morreu para que pudesse santificá-la e purificá-la. em Sua volta triunfal, Ele a apresentará a Si mesmo como igreja gloriosa, os fiéis de todos os séculos, a aquisição de Seu sangue, sem mácula, nem ruga, porém santa e sem defeito.
(gên. 12:3; atos 7:38; mat. 21:43; 16:13-20; joão 20:21 e 22; atos 1:8; rom. 8:15-17; i cor. 12:13-27; efés. 1:15 e 23; 2:12; 3:8-11 e 15; 4:11-15)
XII. o remanescente e sua missão:
a igreja universal se compõe de todos os que verdadeiramente crêem em Cristo; mas, nos últimos dias, um tempo de apostasia geral, um remanescente tem sido chamado em evidência a fim de guardar os mandamentos de Deus e a fé em Jesus. este remanescente anuncia a chegada da hora do juízo, proclama a salvação por meio de Cristo e prediz a aproximação de Seu segundo advento. esta proclamação é simbolizada pelos três anjos do apocalipse 14, coincide com a obra do julgamento no Céu e resulta na obra de arrependimento e reforma na terra. todo crente é convidado a ter uma parte pessoal neste testemunho mundial.
(mar. 16:15; mat. 28:18-20; 24:14; ii cor. 5:10; apoc. 12:17; 14:6-12; 18:1-4; efés. 5:22-27; apoc. 21:1-14)
XIII. unidade no corpo de Cristo:
a igreja é um corpo com muitos membros, chamados de nação, tribo, língua e povo. em Cristo somos uma nova criação; distinções de raça, cultura e nacionalidade, diferenças entre altos e baixos, ricos e pobres, homens e mulheres, não devem ser motivo de dissensões entre nós. todos somos iguais em e perante Cristo, o qual por um só Espírito nos uniu em uma só comunhão com Ele e uns com os outros; devemos servir e sermos servidos sem parcialidade e/ou restrição. mediante a revelação de Jesus Cristo nas escrituras partilhamos a mesma fé e esperança e estendemos um só testemunho a todos. esta unidade encontra sua fonte na unidade do Deus triúno, que nos adotou como Seus filhos.
(sal. 133:1; i cor. 12:12-14; atos 17:26 e 27; ii cor. 5:16 e 17; gál. 3:27-29; col. 3:10-15; efés. 4:1-6; joão 17:20-23; tiago 2:2-9; i joão 5:1)
XIV. o batismo:
pelo batismo confessamos nossa fé na morte e ressurreição de Jesus Cristo, e atestamos nossa morte para o pecado e nosso propósito de andar em novidade de vida. assim reconhecemos a Cristo como Senhor e Salvador, nos tornamos Seu povo e somos aceitos como membros por Sua igreja. o batismo é um símbolo de nossa união com Cristo, do perdão de nossos pecados e de nosso recebimento do Espírito Santo. este é por imersão na água e depende de uma profissão de fé em Jesus e da evidência de arrependimento do pecado. segue-se à instrução nas escrituras sagradas e à aceitação de seus ensinos.
(mat. 3:13-16; 28:19 e 20; atos 2:38; 16:30-33; 22:16; rom. 6:1-6; gál. 3:27; i cor. 12:13; col. 2:21 e 13; i ped. 3:21)
XV. a ceia do Senhor:
a ceia do Senhor é a participação dos emblemas do corpo e do sangue de Jesus, como expressão de fé nEle, nosso Salvador e Senhor. nesta experiência de comunhão, Cristo está presente para encontrar-Se com Seu povo e fortalecê-lo. participando da ceia, proclamamos alegremente a morte e ressurreição do nosso Senhor em Sua memória até que Ele volte. a preparação envolve o exame de consciência, o arrependimento e a confissão, confissão esta que só deverá ser feita a Deus, diretamente. o Mestre instituiu a cerimônia do lava-pés para representar renovada purificação, para expressar a disposição de servir um ao outro em humildade semelhante à de Cristo e para unir nossos corações em amor. o serviço da comunhão é franqueado a todos os crentes cristãos.
(mat. 26:17-30; i cor. 11:23-30; 10:16 e 17; joão 6:48-63; apoc. 3:20; joão 13:1-17)
XVI. dons e ministérios espirituais:
Deus concede a todos os membros de Sua igreja, em todas as épocas, dons espirituais que cada um deles deve empregar em amoroso ministério para o bem comum da igreja, da humanidade e principalmente da propagação do evangelho, das boas novas da ressurreição e do plano da salvação. sendo outorgados pela atuação do Espírito Santo, o qual distribui a cada membro como Lhe apraz, os dons provêem todas as aptidões e ministérios de que a igreja necessita para cumprir suas funções divinamente ordenadas. de acordo com as escrituras, esses dons abrangem tais ministérios como a fé, a cura, a profecia, a proclamação, o ensino, a administração, a reconciliação, a compaixão, o serviço abnegado e a caridade para ajuda e animação das pessoas. alguns membros são chamados por Deus e dotados pelo Espírito para funções reconhecidas pela igreja em ministérios pastorais, evangelísticos, apostólicos e de ensino, especialmente necessários para habilitar os membros para o serviço, edificar a igreja com vistas à maturidade espiritual e promover a unidade da fé e do conhecimento de Deus. quando os membros utilizam esses dons espirituais como fiéis despenseiros da multiforme graça de Deus, a igreja é protegida contra a influência demolidora de falsas doutrinas, tem um crescimento que provém de Deus e é edificada na fé e no amor.
(rom. 12:4-8; i cor. 12:9-11, 27 e 28; efés. 4:8 e 11-16; ii cor. 5:14-21; atos 6:1-7; i tim. 2:1-3; i ped. 4:10 e 11; col. 2:19; mat. 25:31-36)
XVII. o dom de profecia:
um dos dons do Espírito Santo é o da profecia. este dom é uma característica da igreja remanescente e foi manifestado no ministério de ellen g. white. como a mensageira do Senhor, seus escritos são uma contínua e autorizada fonte de verdade e proporcionam conforto, orientação, instrução e correção à igreja. eles também tornam claro que a bíblia é a norma pela qual deve ser provado todo o ensino e toda a experiência, logo, seus próprios escritos vêm a esclarecer e explicar princípios já presentes e encontrados nas escrituras sagradas.
(joel 2:28 e 29; atos 2:14-21; heb. 1:1-3; apoc. 12-17; 19:10)
XVIII. a lei de Deus:
os princípios eternos da lei de Deus são incorporados nos dez mandamentos e exemplificados na vida de Cristo. expressam o amor, a vontade e os propósitos de Deus acerca da conduta e das relações humanas, e são aplicáveis e aplicadas a todas as pessoas, em todas as épocas. os princípios destes preceitos constituem a base do concerto de Deus com Seu povo e a norma no julgamento de Deus. por meio da atuação do Espírito Santo, eles apontam para o pecado e despertam o senso da necessidade de um Salvador. a salvação é inteiramente pela graça, e não pelas obras, mas seu fruto é a obediência aos mandamentos. essa obediência desenvolve o caráter cristão e resulta numa sensação de bem-estar. é uma evidência de nosso amor ao Senhor e de nossa solicitude por nossos semelhantes. a obediência da fé demonstra o poder de Cristo para transformar vidas, e fortalece, portanto, o testemunho cristão.
(êxo. 20:1-17; mat. 5:17; deut. 28:1-14; sal. 19:7-13; joão 14:15; rom. 8:1-4; i joão 5:3; mat. 22:36-40; efés. 2:8)
XIX. o sábado:
o bondoso Criador, após os seis dias da criação, descansou no sétimo e instituiu o sábado para todas as pessoas, como memorial da Criação. o quarto mandamento da lei de Deus requer a observância deste sábado do sétimo dia como dia de descanso, adoração e ministério, em harmonia com o ensino e a prática de Jesus, o Senhor do sábado. o sábado é um dia de deleitosa comunhão com Deus e uns com os outros. é um símbolo de nossa redenção em Cristo, um sinal de nossa santificação, uma prova de nossa lealdade e um antegozo de nosso futuro eterno no reino de Deus. o sábado é um sinal perpétuo do eterno concerto de Deus com Seu povo. a prazerosa observância deste tempo sagrado duma tarde a outra tarde, do pôr-do-sol de sexta-feira ao pôr-do-sol de sábado, é uma celebração dos atos criadores e redentores de Deus.
(gên. 2:1-3; êxo. 20:8-11; 31:12-17; luc. 4:16; heb. 4:1- 11; deut. 5:12-15; isa. 56: 5 e 6; 58:13 e 14; lev. 23:32; mar. 2:27 e 28)
XX. mordomia:
somos despenseiros de Deus, responsáveis a Ele pelo uso apropriado do nosso tempo, das oportunidades a nós concedidas, das nossas posses, como das bênçãos da terra e seus recursos, que Ele colocou sob o nosso cuidado. reconhecemos o direito de propriedade da parte de Deus por meio do fiel serviço a Ele e a nossos semelhantes, e devolvendo os dízimos e dando ofertas para a proclamação de Seu evangelho e para a manutenção e o crescimento de Sua igreja. a mordomia é um privilégio que Deus nos concede para o desenvolvimento no amor e para a vitória sobre o egoísmo e a cobiça. o mordomo se regozija nas bênçãos que advêm aos outros como resultado de sua fidelidade.
(gên. 1:26-28; 2:15; ageu 1:3-11; mal. 3:8-12; mat. 23:23; i cor. 9:9-14)
XXI. conduta cristã:
somos chamados para ser um povo piedoso que pensa, sente e age de acordo com os princípios do Céu. para que o Espírito recrie em nós o caráter de nosso Senhor, nós só nos envolvemos naquelas coisas que produzirão em nossa vida pureza, saúde, e alegria semelhantes à de Cristo. isto significa que nossas diversões e entretenimentos devem corresponder aos mais altos padrões de gosto e beleza cristãos. embora reconheçamos diferenças culturais, nosso vestuário deve ser discreto, adequado aos padrões de nossa cultura conquanto não agridam a nenhum dos princípios cristãos, apropriado àqueles cuja verdadeira beleza não consiste no adorno exterior, mas no ornamento imperecível de um espírito manso e tranqüilo e de uma vida dedicada ao serviço. significa também que, sendo o nosso corpo o templo do Espírito Santo, devemos cuidar dele de maneira inteligente. junto com adequado exercício e repouso, devemos adotar alimentação a mais saudável possível e abster-nos dos alimentos nas escrituras denominadas imundas. visto que as bebidas alcoólicas, o fumo e o uso irresponsável de medicamentos e narcóticos são prejudiciais a nosso corpo, também deles nos devemos abster. em vez disso, devemos empenhar-nos em tudo que submeta nossos pensamentos e nosso corpo à disciplina de Cristo, o qual deseja nossa integridade, alegria e bem-estar.
(i joão 2:6; efés. 5:1-13; rom. 12:1 e 2; i cor. 6:19 e 20; 10:31; i tim. 2:9 e 10; lev. 11:1-47; ii cor. 7:1; i ped. 3:1-4; ii cor. 10:5; filip. 4:8)
XXII. matrimônio e família:
o casamento foi divinamente estabelecido no éden e confirmado por Jesus como união vitalícia entre um homem e uma mulher, em amoroso companheirismo. para o cristão, o compromisso matrimonial é com Deus bem como com o cônjuge, e se aconselha que deva ser assumido somente entre parceiros que partilham da mesma fé. amor mútuo, honra, respeito e responsabilidade constituem a estrutura desta relação, a qual deve refletir o amor, a santidade, a intimidade e a constância da relação entre Cristo e Sua igreja. no tocante ao divórcio, Jesus ensinou que a pessoa que se divorcia do cônjuge, a não ser por causa de fornicação, e casar-se com outro, comete adultério. conquanto algumas relações de família fiquem aquém do ideal, os consortes que se dedicam inteiramente um ao outro, em Cristo, podem alcançar amorosa unidade por meio da orientação do Espírito e a instrução da igreja. Deus abençoa a família e tenciona que seus membros ajudem um ao outro a alcançar completa maturidade. os pais devem educar os seus filhos a amar o Senhor e a obedecer-Lhe. por seu exemplo e suas palavras deverão mostrar que Cristo é um disciplinador amoroso, sempre terno e solícito, desejando que eles se tornem membros de Seu corpo, a família de Deus. crescente intimidade familiar é uma das características da mensagem final do evangelho.
(gên. 2:18-25; deut. 6:5-9; joão 2:1-11; efés. 5:21-33; mat. 5:31 e 32; 19:3-9; prov. 22:6; efés. 6:1-4; mal. 4:5 e 6; mar. 10:11 e 12; luc. 16:18; i cor 7:10 e 11)
XXIII. o ministério de Cristo no santuário celestial:
há um santuário no céu, o verdadeiro tabernáculo que o Senhor erigiu e não o homem. nele Cristo ministra em nosso favor, tornando acessíveis ao que crê os benefícios de Seu sacrifício expiatório, oferecido uma vez por todas e todos, na cruz. Ele foi empossado como nosso grande sumo-sacerdote e iniciou Seu ministério intercessório por ocasião de Sua ascensão. em 1844, no fim do período profético das 2300 tardes e manhãs, Ele iniciou a segunda e última etapa de Seu ministério expiatório. é uma obra de juízo investigativo, a qual faz parte da eliminação final de todo o pecado, prefigurada pela purificação do antigo santuário hebraico no dia da expiação. nesse serviço típico, o santuário era purificado com o sangue do sacrifício de animais vivos, mas as coisas celestiais são purificadas com o sangue do perfeito sacrifício de Jesus. o juízo investigativo revela aos seres celestiais quem dentre os mortos dorme em Cristo, sendo, portanto, nEle, considerado digno de ter parte na primeira ressurreição. também torna manifesta quem, dentre os vivos permanece em Cristo, guardando os mandamentos e a fé de Jesus, estando, portanto, nEle, preparado para a transladação ao Seu reino eterno. esse julgamento vindica a justiça de Deus em salvar os que crêem em Jesus. declara que os que permanecem leais a Deus, receberão o reino. o término do ministério de Cristo assinalará o fim do tempo da graça para os seres humanos, antes do segundo advento.
(heb. 1:3; 8:1-5; 9:11-28; dan. 7:9-27; 8:13 e 14; 9:24- 27; núm. 14:34; ezeq. 4:6; mal. 3:1; lev. 16; apoc. 14:12; 20:12; 22:12)
XXIV. a segunda vinda de Cristo:
a segunda vinda de Cristo é a bendita esperança do povo de Deus, o grande ponto culminante do evangelho. a vinda do Salvador será literal, pessoal, visível e universal. quando Ele voltar, os justos falecidos serão ressuscitados e, juntamente com os justos que estiverem vivos, serão glorificados e levados para o céu; os ímpios, no entanto, irão morrer. o cumprimento quase completo da maioria dos aspectos da profecia, bem como a condição atual do mundo, indica que a vinda de Cristo é iminente. o tempo exato desse acontecimento não foi revelado, e somos portanto exortados a estar preparados a todo o tempo.
(tito 2:13; joão 14:1-3; atos 1:9- 11; i tess. 4:16 e 17; i cor. 15:51-54; ii tess. 2:8; mat 24; mar. 13; luc. 21; ii tim. 3:1- 5; joel 3:9-16; heb. 9:28)
XXV. morte e ressurreição:
o salário do pecado é a morte. mas Deus, que é imortal, concederá vida eterna a Seus remidos. até aquele dia, a morte é um estado inconsciente para todos os mortos. quando Cristo, que é vida, se manifestar, os justos ressuscitados e os justos vivos serão glorificados e arrebatados para o encontro de seu Senhor. a segunda ressurreição, a ressurreição dos ímpios ocorrerá 1000 anos mais tarde.
(i tim. 6:15 e 16; rom. 6;23; i cor. 15:51-54; ecles. 9:5 e 6; sal. 146:4; i tess. 4:13-17; rom. 8:35-39; joão 5:28 e 29; apoc. 20:1-10; joão 5:24)
XXVI. o milênio e o fim do pecado:
o milênio é o reinado de mil anos de Cristo e de Seus santos, no céu, entre a primeira e a segunda ressurreição. durante esse tempo serão julgados os ímpios mortos; a terra estará completamente desolada, sem habitantes humanos com vida, mas ocupada por satanás e seus anjos. no fim desse período, Cristo com Seus santos e a cidade santa descerão à terra. os ímpios mortos serão então ressuscitados e, com Satanás e seus anjos, cercarão a cidade; mas a presença de Deus os consumirá e purificará a terra. o universo ficará assim eternamente livre do pecado e dos pecadores.
(apoc. 20; zac. 14:1-4; jer. 4:23-26; i cor. 6; ii ped. 2:4; ezeq. 28:18; ii tess. 1:7-9; apoc. 19:17, 18 e 21)
XXVII. a nova terra:
na nova terra, em que haverá justiça, Deus proverá um lar eterno para os remidos e um ambiente perfeito para a vida, o amor, a alegria, e o aprendizado, todas estas coisas sendo então eternas, em Sua presença. pois aqui o próprio Deus habitará com o Seu povo, e o sofrimento e a morte serão passado. o grande conflito estará terminado e não mais existirá pecado. todas as coisas, animadas e inanimadas, declararão que Deus é amor; e Ele reinará para todo o sempre. amém.
(ii ped. 3:13; gên. 17:1-8; isa. 35; 65:17-25; mat. 5:5; apoc. 21:1-7; 22:1-5; 11:15)
O princípio dia-ano
A questão é crucial. Se o princípio não for válido, ou, caso não deva ser aplicado a Daniel 7, 8 e 9, nossa mensagem cai por terra. O princípio do dia profético é legítimo, e, caso seja, por que aplicá-lo àqueles três capítulos de Daniel?
Primeiramente, o princípio do dia profético não se originou com os mileritas ou adventistas do sétimo dia. Judeus e cristãos vêm utilizando esse princípio há séculos, muitas vezes aplicando-o aos mesmos textos que os adventistas usam hoje. Clemente de Alexandria (segundo a terceiro séculos d.C.), um dos fundadores da igreja cristã, aplicou o princípio do dia profético às setenta semanas de Daniel 9, assim como tem feito a maioria dos teólogos através dos séculos, tanto judeus como gentios. Um dos maiores teólogos hebreu Rashi (1040-1105 d.C.), traduziu Daniel 8:14 da seguinte maneira: "E ele disse a mim: Até 2300 anos". Esse princípio tem sido reconhecido e aceito em todo o mundo durante séculos. Não é uma inovação adventista.
* Qual, porém, é a evidência bíblica?
Conhecemos o texto de Números 14:34: "Segundo o número dos dias em que espiastes a terra, quarenta dias, cada dia representando um ano." E Ezequiel 4:4 a 7: "Conforme o número dos dias que te dei, cada dia por um ano."
* Embora estes textos possam sugerir a validade desse princípio, que outra evidência existe?
O Antigo Testamento desde há muito tem reconhecido uma relação entre dias e anos, e, em alguns casos, embora a palavra ano apareça no texto, a palavra usada no original hebreu foi dia. A comemoração da Páscoa, por exemplo, era celebrada uma vez por ano. Leia Êxodo 13:10. A tradução da versão Almeida diz: "Portanto, guardarás esta ordenança no determinado tempo, de ano em ano." Mas o original em hebraico diz literalmente, "de dias em dias", embora o texto quisesse dizer de ano em ano.
Primeiro Samuel 27:7 diz: "E todo o tempo que Davi permaneceu na terra dos filisteus foi um ano e quatro meses." O original hebraico diz: "dias e quatro meses", em vez de de "ano e quatro meses". Em hebraico, há uma palavra comum para ano, shanab, mas nestes versos a palavra "dias" é usada, demonstrando uma ligação entre ano e dias na Bíblia. Outros exemplos desse tipo podem ser encontrados. Leia I Samuel 2:19; I Samuel 1:21; I Reis 1:1.
* Todavia, mesmo que estes e outros versos ajudem a provar a idéia de uma relação entre dia e ano, podemos ter a certeza que deveríamos aplicar esse conceito às profecias de tempo de Daniel 7, 8 e 9?
Daniel 9 declara que "desde a saída da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém até o Ungido", passaria sessenta e nove semanas. Mesmo que alguém defendesse que a ordem para reconstruir Jerusalém ocorresse numa data com cinqüenta anos de diferença para o ano 457a.C., ainda sobrariam cerca de 400 anos entre aquela data e a vinda de Jesus - "[o] Ungido, [o] Príncipe". Se as sessenta e nove semanas fossem literais, então, desde a ordem para restaurar e reconstruir Jerusalém (quinto século a.C.) até o Messias (primeiro século d.C.) haveria sessenta e nove semanas - ou seja, um ano, quatro meses e três dias. Ridículo! O princípio do dia profético precisa ser aplicado a essa profecia, ou a mesma se torna sem sentido. Talvez a maior prova da validade do dia profético e sua aplicação em Daniel 9, é o fato que dá certo!
* Por acaso é coincidência que se aplicarmos esse princípio às sessenta e nove semanas, teremos um período de tempo que encaixa perfeitamente nos dois eventos descritos no verso?
Se não usarmos o princípio, a profecia não faz sentido; se usamos o princípio, a profecia cumpre-se com exatidão. Apenas isto já é uma prova irrefutável da validade do dia profético. Fica óbvio que o princípio do dia profético é válido para a profecia das sessenta e nove semanas, que foram "cortadas" da profecia dos 2.300 dias. Portanto, ambas fazem parte da mesma profecia.
* E, se o dia profético funciona para uma parte da profecia, não seria lógico que fosse usado com sucesso na outra parte também? É claro que sim.
Na verdade, não é apenas lógico, mas absolutamente necessário. Aplicando o princípio do dia profético às setenta semanas, temos 490 anos, ou seja, 176.400 dias. Como poderíamos cortar 176.400 dias de 2.300 dias? É impossível. A única maneira de as setenta semanas poderem ser cortadas é aplicarmos o princípio do dia profético aos 2.300 dias também. De outra forma, seria como tentar tirar dois quilômetros de três metros. Portanto, o dia profético precisa ser válido nos 2.300 dias também.
Existem outras evidências a favor do dia profético nos 2.300 dias em Daniel 8:13, que é literalmente a seguinte: "Até quando durará a visão do sacrifício diário e da transgressão assoladora, visão na qual é entregue o santuário e o exército, a fim de serem pisados?"
Alguns detalhes importantes devem ser notados: A tradução literal é "Até quando" estas coisas aconteceriam? - e não "Quanto tempo?" A ênfase está no término dos eventos. "Até quando" estes eventos acontecerão? Lembre-se de que a palavra para visão, hazon, tem a ver com a visão como um todo, isto é, o carneiro, o bode, etc.
E finalmente, embora a versão King James mencione a palavra concernente, (Quanto tempo durará a visão concernente ao sacrifício diário?), no hebraico não consta essa palavra, nem a própria construção do hebraico exige que ela esteja ali. Definitivamente ela não pertence ao texto.
* O que isto quer dizer?
A questão diz respeito ao término ("até quando") de tudo que foi descrito: hazon, ou visão (que inclui o carneiro e o bode), o "sacrifício diário" e a transgressão assoladora estão incluídos. A pergunta não se refere apenas a visão concernente ao "sacrifício diário", ou às atividades do chifre pequeno, mas a tudo que há na visão, incluindo a parte da hazon a respeito do carneiro e do bode. "Quanto tempo" durarão estas coisas envolvendo o carneiro, o bode e o chifre pequeno? A resposta é literalmente: "Até 2300 tardes e manhãs."
Portanto, os 2300 dias envolvem todos os eventos listados na pergunta, ou seja, o carneiro, o bode e o chifre pequeno. Logo, o período de tempo inclui a Média-Pérsia, a Grécia, bem como a Roma pagã e papal. Todos esses fatores estão contidos no período de tempo da pergunta "Até quando?" e devem cumprir-se em 2300 dias.
Se tomados literalmente, 2300 dias somam seis anos, três meses e vinte dias. Como poderia esta profecia ser literal e incluir todos esses eventos? Impossível. Só a Média-Pérsia durou de 539 a 331 a.C. Apenas essa nação, sem contar a Grécia e Roma, dura demais para encaixar-se em apenas seis anos. Portanto, necessariamente temos que usar o princípio profético, com a qual a profecia cobre mais de dois milênios, tempo suficiente para incluir todos os eventos. Sem o dia profético, a profecia não faz sentido.
Embora a profecia comece com nações que existiam há milhares de anos, foi dito a Daniel que a visão era para o "tempo do fim". Obviamente, qualquer que fosse o período de tempo envolvido na profecia, teria que cobrir muito mais que seis anos a fim de levar a profecia de tantos séculos no passado até o "tempo do fim". Sem o dia profético, a profecia não poderia estender-se tanto. Aqui, novamente, o dia profético soluciona o problema.
Em Daniel 7 temos este terrível poder, o chifre pequeno. Decididamente, esse é o item mais detalhado do capítulo, superando todos os outros animais, incluindo os poderosos impérios babilônicos, medo-persa, grego e romano - nações que duraram centenas de anos cada uma. Apesar do poder desses impérios, a ênfase é colocada no chifre pequeno, que é tão terrível que o próprio Deus destruirá após o julgamento.
* Contudo, o poder desse chifre pequeno, pior que qualquer outro animal que durou centenas e centenas de anos, duraria três anos e meio?
Um período de três anos e meio não se encaixa na magnitude dos grandes eventos descritos nas primeiras fases da profecia. Além disso, vimos que o quarto animal foi Roma pagã, império que terminou 1500 anos atrás. O poder que a seguiu, o chifre pequeno, teria que se estender até o tempo do fim, quando Deus Se assenta para julgar e estabelecer Seu reino. Três anos e meio não são suficientes para estender-se dos dias finais de Roma pagã até o tempo do fim. Aqui, outra vez, o tempo literal não se encaixa nos eventos que são descritos na profecia, e, novamente, o dia profético soluciona o problema.
Note, também, as palavras exatas usadas nesta profecia de Daniel 7:25: "Por um tempo, dois tempos e metade de um tempo."
Que estranha maneira de dizer três anos e meio. É como se alguém perguntasse minha idade e eu respondesse: "Tenho vinte anos, dois anos e dez anos." Talvez estivesse tentando dizer outra coisa. Daniel 4:45 diz que Nabucodonosor ficaria doente, vivendo como um animal até "sete tempos por cima de ti". Por que não disse "um tempo, e tempos, e tempos, e um tempo, e metade de um tempo, e metade de um tempo"? O princípio profético não pode ser aplicado a Daniel 4:45. Obviamente, Daniel quis dizer um tempo literal, a respeito da doença do rei, e esta é provavelmente a razão por que usou um número normal.
Talvez Daniel tivesse dito: "Por um tempo, dois tempos e metade dum tempo", no capítulo 7, porque não queria dizer literalmente, três anos e meio. Em vez disso, em vez disso queria passar a idéia de um tempo profético. Daniel 7 está cheio de símbolos: um leão, um urso, um leopardo com asas, chifres que falam - todos simbolizando coisas diferentes. Logo, não seria lógico pensar que a seqüência de tempo dada nesta profecia também teria algum simbolismo, especialmente quando se analisa que a mesma foi enunciada de maneira tão estranha? Claro que sim.
Os mesmos fatores são encontrados nos 2300 dias. Daniel 8 também é uma visão com imagens simbólicas. Não é uma profecia sobre animais, assim como Daniel 7 não o é. É inteiramente profética. Não seria de se esperar que o tempo nesses capítulos também fosse simbólico, em vez de literal?
Além do mais, "tardes e manhãs" não é maneira comum de descrever dias. A palavra típica para dias na Bíblia é yamin, plural yom, que ocorre mais de mil vezes na Bíblia. Não seria mais simples ter dito: "Até seis anos, três meses e vinte dias, e o santuário será purificado", em vez de 2300 dias? Daniel 8:14 não traz a forma típica de indicar o tempo. Em II Samuel 5:5, por exemplo é dito que o rei "reinou sobre Judá sete anos e seis meses", não 2700 dias.
Até mesmo as setenta semanas de Daniel não são uma forma comum de expressar tempo. Por que não foi dada como um ano e quatro meses e meio?
A razão para tudo isto poderia ser simplesmente que o Senhor não esta Se referindo a tempo literal, e usou esses números e unidades de tempo "simbólicos" para mostrar ao leitor que estava falando de tempo profético, e não literal. Claramente, muitas evidências comprovam a validade do dia profético em Daniel 7, 8 e 9. Os capítulos simplesmente não fazem sentido sem o uso desse princípio.
Revista Adventista, Março de 1999, págs. 32 e 33.
Análise do capítulo 8 de Daniel
"Satanás odeia a verdade do Santuário, pois sabe que ela é a suprema verdade do Céu para hoje. Ela envolve diretamente a sua pessoa - seu destino e condenação, a sua futura e final extinção. Ele está procurando ganhar tempo. Deseja intensamente arrastar para a perdição o maior número de pessoas possível. Iniciará e estimulará, portanto, toda tentativa para modificar, reestruturar, deturpar ou alterar a ênfase e o conceito da verdade do Santuário, e invalidar o testemunho, reprimir seu ensino e corromper sua integridade."
Daniel 8
Uma das passagens mais complexas do estudo sistemático das Escrituras é o capítulo 8 do livro de Daniel. Trata-se de um capítulo que só se torna coerente e válido se aplicarmos a interpretação histórica (ver o artigo "Interpret Profética, por José Carlos Ramos), isto pode ser comprovado ao vermos o cumprimento da visão que o profeta nos apresenta durante a história e não no futuro, como alguns grupos religiosos estão apresentando. Começando no terceiro ano do reinado do Rei Belsazar, ou seja, por volta de 551 a.C. Daniel estava com aproximadamente 72 anos de idade, nessa ocasião ele teve uma visão (a palavra hebraica neste caso é Hazon), "na cidade de Susã, que é província de Elão." V.2. Susã estava situada no sudoeste da Pérsia e, "de acordo com o historiador grego Xenofonte, os reis persas posteriormente usavam a cidade como residência de inverno, e passavam o resto do ano em Babilônia ou em Ecbatana." (SDABC, sobre Daniel 8:2).
E foi também "na cidade de Susã", onde estava localizado o trono do Rei Assuero (Xerxes), que ocorreu a célebre história da rainha Éster. (Éster 1:2), ele se achava "junto ao Rio Ulai". O rio passava por Susã na direção sul e do sudeste, e desaguava no rio Karun."(SDABC, sobre Daniel 8:2). Analisamos até aqui a geografia e a história que envolve os dois primeiros versículos".
A visão apresenta alguns símbolos que merecem a nossa análise:
- Um Carneiro que tinha dois chifres ( v. 3): O anjo posteriormente identifica este símbolo como representando os reis da Média e da Pérsia (v. 20).
- Mais alto do que o outro (v. 3): Embora se tenha levantado posteriormente a Média, a Pérsia tornou-se o poder dominante quando Ciro derrotou Astíages de Média em 553 a.C ou 550 a.C. Os medos, contudo, não foram tratados como povo inferior ou subjugados, mais sim como confederados.
- Dava marradas para o ocidente (v. 4): Ciro conquistou a Lídia em 547 a.C, e Babilônia em 539 a.C. Cambises estendeu as conquistas na direção do sul até o Egito e Etiópia em 525 a.C. Dario Histaspes dirigiu para o norte para o norte contra os Cytas em 513 a.C. Império Medo-Persa cobriu muito mais território que o seu predecessor, Babilônia. Tão bem sucedidas foram as armas persas que nos dias de Assuero (Éster 1:1) o império se estendia da Índia à Etiópia. As extremidades meridionais e orientais do mundo então conhecido. Um título freqüente dos monarcas era "rei dos reis" ou "rei das nações".
- Se engrandecia ( v. 4): Literalmente, "fazia grandes coisas", "fez-se grande" ou "magnificou-se" (RSV).
- Bode (v.5): Identificado como representando a Grécia (v. 21) isso é, o império Macedônio de Alexandre.
- Do Ocidente (v. 5): A Grécia situava-se a ocidente do Império Persa.
- Sem tocar no chão (v. 5): Esta descrição de grande velocidade retrata apropriadamente a rapidez e perfeição espantosa das conquistas de Alexandre.
- Chifre Notável (v. 5): De acordo com o verso 21, este chifre notável representa o primeiro grande rei da Grécia, isto é, Alexandre o Grande.
- Enfurecido (v.7): Heb. Marar, na forma aqui encontrada, "estar enfurecido". A linguagem deste verso retrata a inteira sujeição da Pérsia a Alexandre. O poderio do império foi completamente despedaçado. Os países foram arrebatados, os seus exércitos desbaratados e dispersos, as suas cidades saqueadas. A cidade real de Persépolis, cujas ruínas ainda existem como um monumento do seu antigo esplendor, foi destruída pelo fogo.
- Se engrandeceu sobremaneira (v. 8): Ou, "magnificou-se extremamente."
- Na sua força (v. 8): A profecia prediz que Alexandre cairia enquanto o seu império estivesse no auge do seu poderio. Com a idade de 32 anos, ainda na primavera da vida, o grande líder morreu duma febre, agravada, sem dúvida, pela sua intemperança.
- Quatro Chifres notáveis (v. 8): Sobre os quatro reinos macedônicos (ou helenísticos) em que o império de Alexandre foi dividido.
- De um deles (v. 9): ( VARA - De um dos chifres saiu). Esta frase apresenta confusão de gênero no Hebraico. A palavra "deles" Hem, é masculina. Isto indica que gramaticalmente, o antecedente é "ventos" (v.8), e não "chifres", visto que "ventos" pode ser masculino ou feminino, mas "chifres" só pode ser feminino. Por outro lado à palavra para "um", Achath, é feminina, sugerindo "chifres" como antecedente. Achath poderia, evidentemente, referir-se à palavra anterior para "ventos", que ocorre mais freqüentemente no feminino. Porém é de se duvidar que o escritor tivesse determinado dois gêneros para o mesmo substantivo numa tão estreita relação contextual. Para se obter concordância gramatical, Achath seria mudada para masculino, fazendo assim a frase inteira referir-se claramente a "ventos", ou a palavra "deles" (de um dos) seria mudada para feminino, em cujo caso a referência seria ambígua, visto que tanto "ventos", como chifres "poderiam ser antecedentes. Um certo número de manuscritos reflete a escrita correta, a passagem ainda ambígua".
Os comentaristas que interpretam o "chifre pequeno" do v. 9 como se referindo a Roma, tem-se embaraçado ao tentarem explicar satisfatoriamente como Roma poderia ser dito levantar-se duma das divisões do império de Alexandre. Se "deles" se refere a "ventos", toda dificuldade desaparece. A passagem então simplesmente expõe que de um dos quatro pontos cardeais viria um outro poder. Roma veio do ocidente. Na explicação literal dos símbolos da visão Roma é dito levantar-se "no fim do seu reinado" (v. 23), isto é, o "reinado" dos quatro chifres. Contudo, o v. 23 refere-se somente ao tempo em que o chifre pequeno levantar-se-ia, e não diz nada a cerca do local do seu levantamento, enquanto que o v. 9 diz respeito exclusivamente à sua situação.
Dever-se-ia lembrar que o profeta esta dando aqui um relatório vivo da simbolização profética, como as cenas lhe foram apresentadas. Ele ainda não esta interpretando a visão. A interpretação desta feição da visão ocorre no v. 23. Uma regra importante a seguir-se quando se interpreta os símbolos das visões, é determinar-se uma interpretação somente as feições das representações pictóricas que forem destinadas a ter valor interpretativo. Como com parábolas, certas feições são necessárias para completar a apresentação dramática, porém não são, em si, necessariamente significativas. Quais destas tem valor interpretativo, somente a inspiração pode determinar. Vendo-se que neste exemplo a inspiração (v.23) fala somente do "tempo" em que o poder representado por este chifre emergiria, e não diz a respeito do ponto geográfico de sua origem, não existe razão alguma para pormos ênfase na frase "de um deles" (VARA- de um dos chifres).
Visto que a visão do cap. 8 é estreitamente paralela aos esboços proféticos dos capítulos 2 e 7, e visto que em ambos aqueles esboços o poder que sucede à Grécia é Roma, a adaptação razoável aqui é que o "poder" chifre do v. 9 também se aplica a Roma. Esta interpretação é confirmada pelo fato de Roma preencher precisamente as várias especificações da visão.
- Um Chifre Pequeno (v. 9): Este chifre pequeno representa Roma em ambas as suas fases, pagã e papal. Daniel viu Roma primeiramente na sua fase pagã, imperial, guerreando contra o povo judeu e os primeiros cristãos, e depois na sua fase papal, continuando a luta contra a verdadeira igreja até os nossos dias e até ao futuro.
- Excessivo (v.9): (VARA-muito). Hebraico Yether, basicamente significando "resto". Alguns exemplos descreve, como aqui, o que esta acima da medida, no sentido de deixar um resto. É traduzida "excelência" (Gen.49:3), "largura" (Sal.31:23), "mais famoso" (Isa.56:12). A palavra traduzida "muito" em Dan. 8:8 é Me'od, a palavra mais comum para "excessivamente". No Velho Testamento Me'od é traduzido "excessivo" ou "excessivamente" (VARA- Grande) 22 vezes ( Gen. 13:13 ; 15:1 ; etc.) na sua forma simples e 9 vezes na sua forma repetida. Não se pode argumentar que Yether (Daniel 8:9) represente um grau maior que Me'od. Qualquer grandeza excedente de Roma sobre a da Grécia deve ser provada historicamente, e não sobre a base destas palavras.
- Para o Sul (v.9): O Egito fora por muito tempo um protectorado não oficial de Roma. O seu destino já estava nas mãos de Roma em 168 a.C. quando Antíoco Epifânio, que estava querendo fazer guerra aos Ptolomeus foi expulso do país. O Egito, ainda sob a administração dos seus governantes ptolomaidas fora um penhor da política de Roma Oriental por muitos anos antes que se tornasse, em 30 a.C., uma província romana.
- Para o oriente (v. 9): O Império Selêucida perdeu as suas terras mais ocidentais para Roma ainda em 190 a.C., e finalmente se tornou à província romana da Síria em 65 a.C. ou pouco depois.
- Terra Deleitável (v.9): (VARA- Terra Gloriosa). Hebraico Sebi, "ornamento", "decoração", "glória". Ou Jerusalém ou a terra da Palestina é aqui mencionada. Sebi é traduzido "glorioso" no cap. 11:16,41. Contudo, ali o hebraico tem a palavra para "terra", enquanto que aqui terra "está subentendida. A Palestina foi incorporada no império Romano em 63 a.C.
- Exército dos Céus (v. 10): Daniel está ainda descrevendo o que viu em visão. Visto que o anjo prove posteriormente a interpretação (v. 24), não fomos deixados às escuras quanto ao significado do que aqui esta descrita. O "exército" e as "estrelas" obviamente representam "o poderoso (VARA- poderosos) e o povo santo" (v. 24).
- Os Pisou (v. 10): Isto se refere à fúria com que Roma tem freqüentemente perseguido o povo de Deus através dos séculos. Nos dias dos tiranos Nero, Décio e Diocleciano nos tempos pagãos, e de novo nos tempos papais, Roma nunca hesitou proceder duramente com aqueles que quer condenar.
- Príncipe do Exército (v. 11): o verso 25 fala deste mesmo poder que se levanta contra o Príncipe dos Príncipes. A referência é a Cristo, que foi crucificado sob a autoridade de Roma.
- Por Ele (v. 11): (VARA- dele). Hebraico Mimmennu, que também se pode traduzir "dele", isto é, do "príncipe do exército". O hebreu desta passagem apresenta certos problemas difíceis de traduzir. Uma escrita bem diferente é achada na versão grega de Teodócio. Ela insere o seguinte o seguinte: "E (este será) até que o capitão principal tenha libertado o cativeiro: e por causa dele o sacrifício foi perturbado e ele prosperou; e o lugar santo será feito desolado". Não existe meio de se determinar até que o ponto, se a algum, esta versão reflete mais perfeitamente o texto original de Daniel. O texto massorético, como refletido pela KJV e RSV parece ser, em geral, a escrita mais natural.
- Sacrifício Diário (v. 11): (VARA- Costumado). Hebraico TAMID, uma palavra que ocorre 103 vezes no Velho Testamento, usada tanto adverbial como adjetivamente. Significa "continuadamente" ou "contínuo", e é aplicado a vários conceitos, tais como atividade contínua (Ezequiel 39:14), sustentação permanente (II Sam. 9:7,13), dor contínua (Sal. 38:17), esperança contínua (Sal. 71:14), provação contínua (Isa. 65:3) etc. É usado freqüentemente em conexão com o Ritual do Santuário para descrever várias figuras dos seus serviços regulares tais como o "pão contínuo" que era para ser conservado na mesa da proposição (Num. 4:7), a lâmpada que era para estar acesa continuamente sobre o altar (Lev. 6:13), as ofertas queimadas que eram para ser oferecidas diariamente (Num. 28:3,6), o incenso que era para ser oferecido cada manhã e cada crepúsculo da tarde (Ex. 30:7,8). A palavra em si não significa "diariamente", mas simplesmente "contínuo" ou "regular". Das 103 ocorrências é traduzida "diariamente" somente Num. 4:16 e nas suas cinco ocorrências em Daniel (8:11,12,13; 11:31; 12:11). A idéia de "diário" foi evidentemente derivada, não da palavra em si, mas daquela com que foi associada.
No capítulo 8:11 TAMID, tem o artigo definido e é portanto usado adjetivalmente. Além disso, acha-se, sem um substantivo, e deve, ou, ser entendido subjetivamente com significado "continuidade", ou ser suprido de um substantivo. No Talmude, quando TAMID é usado independentemente como aqui, a palavra consistentemente denota o sacrifício diário. Os tradutores da KJV, que supriram a palavra "sacrifício", obviamente acreditaram que a oferta queimada diária fosse o assunto da profecia. Com respeito à significação de TAMID nesta passagem, três principais pontos de vista tem sido mantidos:
1. Que o "diário" se refere exclusivamente aos sacrifícios oferecidos no templo em Jerusalém. Alguns expositores que mantém este ponto de vista, aplicam o tirar do "diário" à interpretação do serviço do Templo por Antíoco Epifânio, por um período de cerca de três anos, de 167 a 164 a.C. Outros aplicam-no à desolação do Templo pelos Romanos em 70 a.D.
2. Que o "diário" se refere ao "paganismo", em contraste com a "abominação desoladora" (Cap. 11:31), ou o papado que ambos os termos identificam poderes perseguidores; que a palavra "diário", corretamente significando "Contínuo", refere-se à longa continuidade da oposição de Satanás à obra de Cristo pelo intermédio do paganismo; que o tirar do "diário" e o estabelecimento da "abominação desoladora" representa Roma Papal substituindo Roma pagã, e que este evento é o mesmo que o descrito em II Tess. 2:7 e Apoc. 13:2.
3. Que o termo "diário" - "contínuo" - se refere ao ministério sacerdotal de Cristo no Santuário Celestial ( Heb. 7:25 e Jo. 2:10) e ao verdadeiro culto de Cristo na era do evangelho; que o tirar do "diário" representa a substituição pelo papado de unidade compulsória numa igreja visível em lugar da unidade voluntária de todos os crentes em Cristo, da autoridade duma cabeça visível - o papa - em lugar de Cristo, a cabeça invisível da igreja, duma hierarquia sacerdotal, em lugar do acesso direto a Cristo por todos os crentes, dum sistema de salvação por meio de obras ordenadas pela igreja em lugar da salvação pela fé em Cristo, e, mais particularmente, do confessionário e do sacrifício da missa em lugar da obra mediadora de Cristo como nosso grande sumo sacerdote nas cortes celestiais; e que este sistema desvia completamente a atenção dos homens de Cristo, privando-lhes assim dos benefícios do seu ministério.
Além disso, visto que este terceiro ponto de vista defende o chifre pequeno com Roma imperial e Roma papal (veja-se comentários sobre 9,13), as predições concernentes as suas atividades devem também ser entendidas como se aplicando a Roma pagã, bem como a Roma Papal. Assim o "diário" deve também se se referir ao Templo Terrestre e seus serviços, e o tirar do "diário" aplica-se à desolação do Templo pelas legiões Romanas em 70 A.D e a conseqüente cessação dos serviços sacrificais. Foi este aspecto da atividade de "abominação da desolação" que Cristo se referiu na sua delineação de eventos futuros.
Em comentário a estes três pontos de vista, pode-se dizer que o de Antíoco deve ser riscado pela razão que este não se encaixa nos períodos de tempo, ou noutras especificações da profecia.
Tanto a segunda como a terceira interpretação tem sido mantida por vários expositores capazes dentro do Movimento Adventista. Algum devoto estudante da Bíblia tem considerado que o "diário" se ao paganismo, e outros, igualmente devotos estudantes das Escrituras, dizem que o "diário" se refere ao Ministério Sacerdotal de Nosso Senhor. Talvez esta seja uma das passagens da Escritura acerca de cujas devamos esperar até um dia melhor para uma resposta final. Como com outras passagens difíceis das Escrituras , a nossa salvação não depende da compreensão plena do significado de Daniel 8:11.
Sobre o desenvolvimento histórico do segundo e terceiro ponto de vista, vejam-se págs. 60-64 do SDABC, vol. 4.
- Lugar (v. 11): Hebraico MAKON, "sítio". MAKON é usado na frase "para a casa de Deus, para a restaurarem no seu lugar (Esd. 2:68). A referência primária aqui deve ser a destruição de Jerusalém".
- Hoste (v.12): (VARA - Exército). Hebraico SABA', geralmente significando "hoste" ou "exército" e poucas vezes significando "serviço", tais como militar ou trabalho forçado (Jô 7:1 ; 10:17 ; 14:14 ; Isa. 40:2). Interpretando como "hoste", ou "exército", a predição deve referir-se às multidões que caíram sob a influência deste poder. O poder tornar-se-ia "grande" mas não por sua própria força (Dan.8:24).
- Deitou Por Terra a Verdade (v. 12): O papado acumulou a verdade de tradições e ofuscou-a por meio de superstições.
- Até Quando (v. 13): A questão é claramente exposta no hebraico, que insere literalmente "Até quando a visão, o contínuo, a transgressão desoladora para dar ambos santuário e hoste para serem pisados".
- A transgressão da Desolação (v. 13): (VARA - transgressão assoladora). Este termo abarca AMBOS os sistemas - pagão e papal de religião falsa em conflito com a religião de Deus. (veja os comentários dos versos 9 e 11).
- Santuário (v. 13): Veja os comentários sobre o verso 14.
- Exército (v.13): Veja os comentários sobre o verso 10.
- Me Disse (v. 14): A Septuaginta, Teodócio e a Siríaca inserem "a ele".
- Dias (v. 14): Hebraico EREB BOQUER, literalmente, "tardes e manhãs", uma expressão comparável com a descrição dos dias da criação, "tarde e manhã" "o primeiro dia" (Gen. 1:5) etc. Os LXX trazem a palavra "dias" seguindo a expressão "tarde e manhã".
Num esforço para trazer este período grosseiramente semelhante aos três anos da devastação do Templo por Antíoco IV, alguns têm ingenuamente assinalado, para as expressões "duas mil e trezentas tardes e manhãs" somente 1150 dias literais. Concernente a isto, Keil adequadamente observou: "um leitor hebreu não poderia possivelmente entender o período de tempo de 2300 tardes e manhãs de 2300 meios dias ou 1150 dias inteiros, porque tarde e manhã na criação na criação constituíram não meio dia, mas sim o dia inteiro". Após citar a precedente afirmação Edward Young diz: "Por isso precisamos entender a frase como significando 2300 dias (The Prophecy Of Daniel, pág. 174)".
Os comentaristas têm-se esforçado, porém sem serem bem sucedidos, por encontrar algum evento histórico que se adaptasse ao período de 2300 dias literais. Segundo Wright observa: "Todos os esforços, contudo, para harmonizar o período, quer seja considerado por 2300 dias, ou como 1150 dias, com qualquer época histórica precisa mencionada nos livros dos Macabeus, ou em Josefo, tem-se mostrado baldados... O professor Driver é justificado ao afirmar: Parece impossível encontrarem-se dois eventos separados por 2300 dias (= 6 anos e quatro meses) que correspondem à descrição". (Charles H. H. Wrigth, Daniel and His Prophecies, 1906, págs. (186,187). O único caminho a seguir-se para que se possa dar consistência a esses "dias" é aplica-los num sentido profético pela aplicação do princípio dia-ano.
O tempo aqui envolvido é específico e definido, porém no cap. 8 nenhuma data é indicada para o seu inicio. Contudo no cap. 9 uma tal data é especificamente mencionada (Dan. 9:25). Esta será demonstrada ser 457 a.C. A partir desta data como inicio, os 2300 dias proféticos, designando tantos anos solares, atingem 1844 a.D. Para uma consideração de evidência contextual de que o cap. 9:24-27 prove uma explicação da visão do cap. 8:13-14, e assim localiza o ponto de partida dos 2300 dias ou ano, veja-se o comentário sobre o cap. 9:21. Para comentários sobre a validade da data de 457 a.C. veja-se o comentário sobre o cap. 9:25.
Para comentários sobre um erro numa edição posterior dos LXX, que apresentou "2400" em vez de 2300 veja-se pág. 58, SDABC, Vol. 4.
- Santuário (v. 14): Visto que os 2300 projetam-se longe da Era Cristã, o Santuário não pode referir-se ao templo de Jerusalém, que foi destruído em 70 a.D. O Santuário do novo pacto é claramente o Santuário no Céu, "que o Senhor erigiu, não o homem" (Hebreus 8:2). Deste Santuário Cristo é o Sumo Sacerdote (Hebreus 8:1). João previu um tempo em que especial atenção seria dirigida para "o templo (VARA- Santuário) de Deus, e seu altar, e os que nele adoravam" (Aposse. 11:1). Os símbolos empregados pelo revelador são extraordinariamente semelhantes aos empregados em Daniel 8:11-13.
- Será Purificado (v. 14): Do hebraico SADAQ, "ser justo", "ser reto". O verbo ocorre na forma aqui encontrada (niphal) somente esta vez no Velho Testamento, cujo termo esta indicada. Lexicógrafos e tradutores sugerem várias significações, tais como "ser posto reto", ou "ser posto numa condição legítima", "ser vindicado". A tradução "será purificado" é a que se lê nos LXX que aqui tem a forma verbal KATHARISTHESETAI. Não se sabe se os tradutores da Septuaginta deram uma significação adaptada ao Hebraico SADAQ ou se traduziram de manuscritos que empregassem uma palavra hebraica diferente, talvez TAHAR, a palavra comum para "ser puro", "purificar". A vulgata tem a forma MUDABITUR, que também significa "puruficado".
Como uma ajuda para determinação de que evento em conexão com o Santuário Celeste é aqui mencionado, é útil examinarem-se os serviços do Santuário Terrestre, porque os sacerdotes no Santuário Terrestre serviam "em figura e sombra das cousas celestes." (Heb. 8:5). Os serviços no Tabernáculo do deserto e no Templo consistiam de duas divisões principais, o diário e o anual. O Ministério diário de Cristo como nosso Sumo Sacerdote era tipificado nos serviços diários. O Dia da Expiação anual, tipificava uma obra que Cristo empreenderia no fim dos tempos. Para uma discussão mais detalhada destas duas fases do serviço, veja-se comentários sobre Lev. 16, SDABC. A profecia de Daniel 8:14 anuncia o tempo para o começo desta obra especial. A Purificação do Santuário Celestial compreende toda obra toda obra do juízo final, começando com a fase investigativa e terminando com a fase executiva, que resulta na erradicação permanente do pecado no universo.
Uma característica significante do juízo final é a reivindicação do caráter de Deus perante todas as inteligências do Universo.
As falsas acusações que Satanás tem apresentado contra o governo de Deus devem ser demonstradas como totalmente infundadas. Deus deve ser mostrado ter sido inteiramente reto na seleção de certos indivíduos para suprir o Seu Reino futuro, e no evitar a entrada de outros ali. Os atos finais de Deus evocarão dos homens as confissões: " Justo e verdadeiros são os teus caminhos" (Apocalipse 15:3), "Tu és justo, ò Senhor" (Apoc. 16:5), e, "Verdadeiros e justos são os Teus juízos".(Apoc. 16:7). A palavra traduzida para "justo" e "reto" é DIKAIO, equivalente ao Hebraico SADDIK, derivado de SADAQ, uma forma do que é traduzido "será purificado" em Daniel 8:14. Assim o Hebraico SADAQ pode exprimir o pensamento adicional de que o Caráter de Deus será plenamente reivindicado como o clímax para a "hora do seu juízo" (Apoc. 14:7). Que começou em 1844.
Veja-se PROBLEMS IN BIBLE TRANSLATION, págs. 174-177.
- Procurei Entende-la (v. 15): Daniel não compreendeu o significado do que vira. Muitas vezes os próprios portadores de uma mensagem profética precisam estuda-lá a fim de que descubram o seu significado (I Pe. 1:10-12). É dever do profeta relatar fielmente o que vira e ouvira (Apoc. 1:11)
- Gabriel (v. 16): No Velho Testamento o nome de Gabriel ocorre somente aqui e no verso 21 do capítulo 9. O Novo Testamento relata o aparecimento deste ser celeste para anunciar o nascimento de João Batista (Luc. 1:11-20), e de novo para anunciar a Maria o nascimento do Messias (Luc. 1:26-33). O visitante angélico declarou de si mesmo: "Eu sou Gabriel, que assisto diante de Deus". (Luc. 1:19).
- Tempo do Fim (v. 17): A visão atingiu até um tempo em que o poder desolador seria destruído, um acontecimento associado com a Vinda de Jesus (II Tess. 2:8).
O Fato de que os últimos acontecimentos representados na visão cumprir-se-ão no fim da história deste mundo, deve ser trazido em mente quando se busca uma interpretação dos símbolos da visão. Qualquer exposição que encontra um cumprimento completo da visão num período mais cedo, tal como no tempo dos Macabeus (veja o comentário sobre Dan. 8:25), fica incapacitada de encontrar cabalmente as especificações do anjo, e deve ser considerada errônea e desencaminhadora.
- Fim da Indignação (v. 19): Veja comentário sobre o verso 17.
- O Carneiro (v. 20): Veja comentários sobre os versos 3 e 4.
- Peludo (v. 21): "Cabeludo", ou "peludo". Essa palavra no original é também usada independentemente para descrever um bode. (Gen. 37:31 ; Lev. 4:23 ; etc.). Sobre a interpretação veja o comentário sobre Dan. 8:5.
- Chifre Grande (v. 21): Um símbolo de Alexandre o grande, o "primeiro rei" do império mundial Grego-Macedônio que foi destinado a substituir o Império Persa (vejam-se comentário sobre os versos 5-8).
- Quatro Reinos (v. 22): Compare-se com o verso 8; cap. 11:4. O cumprimento perfeito desta feição da visão assegura-nos, que o que se segue seguramente virá a acontecer como esta predito.
- Último Tempo (v. 23): (VARA- fim do seu reinado). Isto é depois que as divisões do Império de Alexandre tivessem existido por algum tempo. O império de Roma levantou-se gradualmente, e somente alcançou supremacia após as divisões do império Macedônio se terem enfraquecido. A profecia aplica-se a Roma em ambas as suas formas, pagã e papal. Parece haver uma confusão de aplicação; certas feições aplicam-se a ambas, outras, mais especificamente, a uma ou a outra. (veja o comentário sobre o verso 11). Que Roma papal foi para todos os propósitos práticos, a continuação do Império Romano é um fato da história bem estabelecido:
" Quaisquer que foram os elementos romanos que os bárbaros e os Arianos deixaram... foram... postos sob a proteção do Bispo de Roma, que foi a pessoa principal depois do desaparecimento do Imperador... A IGREJA ROMANA DESTA MANEIRA SECRETAMENTE PRECIPITOU-SE NO LUGAR DO IMPÉRIO MUNDIAL ROMANO, DE CUJO ELA É A ATUAL CONTINUAÇÃO; o império não mas somente sofreu uma transformação... Essa não é uma sagas observação, mas o reconhecimento do verdadeiro estado do assunto historicamente, e a mais apropriada e frutífera maneira de descrever o caráter desta igreja. Ela ainda governa as nações... Ela é uma criação política, e como se impõe como um Império Mundial, por causa da continuação do Império Romano. O Papa, que se chama a si mesmo de "Rei" e "Pontífice Máximo", é sucessor de César".
Adolf Harnack, WHAT IS CHRISTIANITY? - Nova Iorque; G. P. Putnam's Sons, 1903 (págs. 269,270 itálicos no original).
- Os Transgressores (v. 23): (VARA- prevaricadores). Nas versões gregas inserem "pecados", uma tradução que se pode obter do hebraico por uma mudança na pontuação massorética.
- Atingirem a Plenitude (v. 23): (VARA- prevaricadores - acabarem). Talvez haja aqui uma referência a várias nações, ou, possivelmente, especialmente aos judeus, que encheram a taça da sua iniqüidade.
- Catadura Feroz (v. 23): Provavelmente uma alusão a Deuteronômio 28:49-55.
- Sentenças Escuras (v. 23): (VARA - intrigas). Hebraico CHIDOTH, "relatório enigmáticos", como em Números 12:8, "enigmas", como em Juízes 14:12; Ezequiel 17:2, ou "perguntas perplexas", como em I Reis 10:1. Alguns crêem que o significado aqui seja "discurso ambíguo" ou "de duas caras".
- Levantar-se-á (v. 23): Isto é: assumirá o poder.
- Não Por Sua Própria Força (v. 24): Compare-se com: "O exército lhe foi entregue" (v.12). Alguns vêm aqui uma referência ao fato de que o papado reduziu o poder civil à subserviência e fez a espada do estado ser manejada a favor dos seus objetivos religiosos.
- Causará Estupendas Destruições (v. 24): Este poder perseguiu mesmo à morte aqueles que se opuseram as suas pretensões blasfemas, e teria extinguido "o povo santo" não tivesse o Senhor se interposto aos seus objetivos.
- Astúcia (v. 25): Melhor, "fraude". Os métodos deste poder são a perfeição em subtilezas e fraudes.
- Pela Paz (v. 25): (VARA-que vivem despreocupadamente). Melhor, "enquanto vivem facilmente", isto é: enquanto muitos pensam que estão vivendo em segurança serão destruídos inopinadamente. O Dr. Mervyn Maxwell em seu livro "Uma Nova Era Segundo as Profecias de Daniel", página 192, faz uma alusão a este versículo comparando com "o Massacre de São Bartolomeu".
- Príncipes dos Príncipes (v. 25): Evidentemente o mesmo ser designado por "príncipe dos exércitos" no v. 11, ninguém mais senão Cristo. Foi um governador romano que sentenciou Cristo à morte. Mãos romanas pregaram-no na cruz, e uma lança romana furou o Seu lado.
- Sem Mãos (v. 25): Isto implica que o próprio Senhor eventualmente destruirá este poder (Dan. 2:34). O sistema eclesiástico representado por este poder continuará até ser destruído sem mãos humanas na segunda Vinda de Cristo.
Um certo número de comentaristas tem realçado o ponto de vista de que o "chifre pequeno" do cap. 8 simboliza a carreira de Antíoco Epífânio. Contudo um exame cuidadoso da profecia torna evidente a imperfeição com que este perseguidor rei Selêucida preenche as especificações realçadas. Os quatro chifres do bode (cap. 8:8) foram reinos (v. 22), e é natural esperar-se ser o chifre pequeno também um reino. Porém Antíoco foi somente um rei do império Selêucida, daí o ter sido apenas uma parte de um chifre. Portanto não poderia ter sido UM OUTRO chifre completo. Além disso, este chifre se tornou muito forte para o sul, para o oriente e para a terra gloriosa, ou seja, a Palestina (v. 9). O avanço de Antíoco no Egito terminou em humilhação da parte dos romanos, os seus sucessos na Palestina foram pouco duradouros, e o seu esforço no sentido do oriente foi interrompido pela sua morte. A sua política de fortalecer o Helenismo falhou totalmente e a sua astúcia não lhe trouxe prosperidades salientes (v.12).
Além disso, Antíoco não apareceu no fim (v. 23), mas sim cerca da metade do período dos divididos reinos helenísticos; a sua força dificilmente seria atribuída a algo mais, senão ao seu poder próprio; a sua astúcia e política falharam mais do que progrediram (v. 25); não se levantou contra nenhum "Príncipe dos Príncipes" judeu (v. 25); o seu lançamento da verdade por terra (v. 12), foi temporário e completamente mal sucedido, por ter levado os judeus à defesa de sua fé contra o Helenismo. Mesmo embora tenha falado palavras altivas, oprimindo o povo de Deus, e brevemente profanado o Templo, o ainda que alguns outros pontos possam ser provados como parcialmente verdadeiros de suas atividades, não obstante a disparidade de Antíoco como um cumprimento de muitas especificações da profecia é óbvia.
- Da Tarde e Da Manhã (v. 26): Uma clara referência à profecia do tempo do v. 14 (ver os comentários sobre o seguinte versículo). Neste verso o anjo não dilata a visão dos 2300 dias, mas meramente põe ênfase a sua veracidade.
- Preserva (v. 26): Compara-se com instruções registradas no cap. 12:4.
- Por Muitos Dias (v. 26): O cumprimento dos vários detalhes da visão estender-se-ia para o futuro distante.
- Eu Daniel Enfraqueci (v. 27): Daniel estava, sem dúvida, profundamente interessado nos acontecimentos que lhe tinham sido revelados. Em vez de predizer um fim imediato da indignação, Gabriel informou ao profeta que o fim derradeiro seria muitos anos no futuro.
RELACIONAMENTO TIPOLÓGICO ENTRE DANIEL 8 E LEVÍTICO.
Seria correto, razoável, analisar Levítico para compreender a profecia em Daniel?
Os evangélicos na concordam com isto, não crêem que Daniel tenha qualquer relacionamento com Levítico. Vejamos, porém, alguns aspectos em Daniel 8 que apontam diretamente para Levítico, e o ponto central é que Daniel 8 é uma profecia sobre o santuário e, se queremos considerar alguma pare da Bíblia que fala direta e extensamente sobre o santuário, só encontramos em Levítico. Estudar Daniel 8 sem estudar Levíticos é deixar de lado a mais importante de informação.
1. Carneiro - Os animais de Daniel 8 contrastam com Daniel 7 - neste os animais são bestas/feras, enquanto;
2. Bode - naquele são animais domésticos, que se USAVAM NOS SACRIFÍCIOS.
3. Chifres - após se quebrar o grande chifre na cabeça do bode, quatro outros crescem em seu lugar. Num jogo de palavras com um israelita daquele tempo, se falássemos "quatro chifres", a idéia associada seria "altar" (os chifres do altar).
4. Santuário - a palavra é utilizada três vezes na profecia.
5. Tamid - palavra que é usada para ministração - ocorre 30 vezes no VT em relação ao santuário.
6. Tarde/manhã - tempo do santuário (Deus indicava o tempo através da nuvem).
7. Santo (Daniel 8:13) - a palavra usada no VT para anjo é MALA´K. mas não é este termo empregado aqui. SANTO é um título raro no VT, Por que a palavra em relação a anjos? Porque são santos e estão servindo num santo lugar. O que é este santo lugar? O SANTUÁRIO, Isto foi demonstrado no próprio santuário: querubins sobre o propiciatório e figuras de anjos nas cortinas.
Portanto, estes itens estabelecem a ligação entre Daniel e Levítico e é perfeitamente lógico buscar informações sobre o santuário no livro de Levítico.
Estudo feito por Luiz Gustavo S. Assis, baseado no Comentário Bíblico Adventista de Daniel (1963), na apostila "Sermões Doutrinários" do Dr. Alberto R. Timm, no livro do Dr. Mervyn Maxwell "Uma Nova Era Segundo As Profecias de Daniel", na apostila "Profecia Bíblica" feita pelo Dr. José Carlos Ramos e na apostila "Estudos Sobre Santuário" feita pelo Pastor Carlos Alvarenga.
Leia Mais…